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BC atua com força e dólar fecha em queda de 3,15%

Moeda norte-americana fecha o dia cotada a R$ 2,305, mas ainda acumula alta de quase 9% na semana

Por Reuters
Atualização:

O dólar fechou em queda nesta quinta-feira, em sessão de forte volatilidade, com as medidas do Banco Central impedindo o avanço da moeda apesar do pessimismo internacional sobre o futuro da economia mundial. A moeda norte-americana caiu 3,15%, a R$ 2,305, após subir mais de 6% durante os primeiros negócios desta manhã. Apesar da forte baixa, a divisa ainda acumula alta de quase 9% na semana.   Veja também: Consultor responde a dúvidas sobre crise   Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  Dicionário da crise    A autoridade monetária anunciou um programa de venda de contratos de swap cambial (operação em que o BC assume a posição de vendedora em dólar e compradora em taxa de juro) no valor de até US$ 50 bilhões - bem maior que os anunciados anteriormente. Com a medida, a moeda norte-americana recuava 5,46%, cotado a R$ 2,25.   O recuo foi conseqüência também do anúncio de um leilão de venda de dólares no mercado à vista feito em seguida da divulgação do programa de venda de contratos de swap. O BC afirmou ainda que realizará um segundo leilão de swap cambial, em que serão vendidos 30 mil contratos para 1 de dezembro de 2008. A operação equivale a US$ 1,5 bilhão.   Segundo nota distribuída à imprensa, a decisão faz parte da estratégia "de mitigação do impacto da crise financeira internacional sobre a economia brasileira". A autoridade monetária explica que as vendas serão realizadas "de acordo com as necessidades de liquidez dos mercados".   No texto, o BC também cita que os swaps, assim como as operações com reservas e os empréstimos em moedas estrangeiras com garantias constituem mecanismos eficientes de atuação e continuarão a ser utilizados na medida em que o BC julgue necessário, com vistas a assegurar o bom funcionamento dos mercados".   Ações rápidas   Para o economista-chefe do Santander e ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central, Alexandre Schwartsman, o programa de venda de swap cambial de até US$ 50 bilhões deve ajudar a acalmar o estresse do mercado. "Isso não significa necessariamente que haverá uma mudança de tendência", observou. Para ele, o BC e o governo têm sido rápidos em suas ações e atuado em vários fronts para combater os efeitos da crise no Brasil e acabar com o empoçamento de liquidez.   Minutos antes do anúncio, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo, Schwartsman havia dito que "achar que o BC aumentar (venda de swaps) vai fazer grande diferença é bobagem". "Me referia a montantes diários menores, algo como US$ 1 bilhão. Claro que um programa de US$ 50 bi faz diferença sim", explicou, quando questionado novamente sobre a questão, após o anúncio.

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