O diretor de Liquidação e Desestatização do Banco Central, Antonio Gustavo Matos do Vale, disse que a decisão de decretar a liquidação do Banco Santos foi tomada tendo em vista que os ativos da instituição não cobriam 50% das obrigações com os credores do banco. Pela lei 6.024, o Banco Central, nesses casos, tem que fazer a liquidação da instituição. Ele afirmou que o liquidante do banco, Vânio Aguiar, já foi autorizado hoje a pedir a falência do Banco Santos. Outro motivo que levou à liquidação foi o insucesso das negociações entre os credores do banco para tentar viabilizar uma solução que permitisse a reabertura da instituição financeira. De acordo com Matos do Vale, o Banco Santos tinha em fevereiro deste ano um passivo descoberto de R$ 2,236 bilhões. No início do processo de intervenção a que o banco esteve submetido, o BC estimava que esse passivo a descoberto fosse de aproximadamente R$ 703 milhões. O aumento desse passivo ocorreu em função da descoberta de várias operações de crédito que já haviam sido parcialmente ou totalmente liquidadas por meio da realização de depósitos e aplicações em outras instituições do grupo Santos. O diretor de Fiscalização do BC, Paulo Cavalheiro, disse que essa informação só veio à tona após a intervenção. Após a intervenção, muitos devedores do banco apresentaram provas de quitação dos empréstimos por meio da realização de depósitos. Em alguns casos, até fora do País.