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BC chinês eleva compulsório de bancos de novo

Alta de 0,5 ponto porcentual é a oitava desde o início do ano passado e deve retirar US$ 55 bi de circulação; medida tenta combater alta da inflação

Por Cláudia Trevisan
Atualização:

Dez dias depois de elevar a taxa de juros, o governo chinês aumentou mais uma vez o depósito compulsório dos bancos, para reduzir a quantidade de dinheiro em circulação na economia e tentar controlar a inflação e a alta no preço dos imóveis. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi de 4,9% de janeiro, quarto mês consecutivo em que o indicador ficou acima da meta de 4% fixada para 2011. Os preços dos imóveis também continuam subindo, apesar das medidas restritivas impostas pelo governo para conter a especulação no setor. Em Pequim, a alta foi de 6,8% e em Chongqing, de 7,9%.O banco central enfrenta dificuldade para diminuir a liquidez na economia, depois da expansão de 50% na base monetária nos últimos dois anos e do forte aumento do crédito em resposta à crise financeira global de 2008.Só em janeiro as instituições financeiras concederam novos empréstimos no valor de 1,04 trilhão de yuans (US$ 158 bilhões). O valor é inferior ao excepcional 1,4 trilhão de igual período de 2010, mas está bem acima da média histórica para esse período do ano.O governo elevou ontem o depósito compulsório em 0,5 ponto percentual, o que vai retirar de circulação 360 bilhões de yuans (US$ 55 bilhões), aproximadamente um terço do que foi injetado na economia em janeiro por meio do crédito bancário. Foi a segunda alta neste ano e a oitava desde o início de 2010.O excesso na oferta de dinheiro em circulação está inflando o preço dos ativos, como ouro, commodities, obras e arte, ações e imóveis. Há um risco real de formação de bolhas, cujo estouro teria consequências devastadoras sobre o patrimônio de milhões de chineses.O grau de insatisfação da população com o nível de preços alcançou o mais alto patamar em 11 anos no trimestre encerrado em dezembro, de acordo com pesquisa do BC chinês.

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