O presidente do Banco do Povo da China – o banco central chinês –, Yi Gang, afirmou neste domingo, 17, que as autoridades do país asiático têm agido para evitar o contágio da crise de liquidez enfrentada pela incorporadora Evergrande em outras empresas do setor imobiliário. Dessa forma, segundo o dirigente, é possível prevenir o risco sistêmico.
Durante o seminário anual do G-30, um grupo de 30 economistas e nomes do mercado financeiro com sede em Washington, Yi Gang disse que apenas um terço das dívidas da Evergrande são com instituições financeiras, uma situação que minimizaria o risco. No total, a empresa chinesa acumula mais de US$ 300 bilhões em dívidas. “Causa preocupação e uma ampla discussão”, disse o dirigente, em resposta a uma pergunta sobre a crise da Evergrande.
Em seu discurso de abertura, Yi Gang afirmou, sem mencionar diretamente a incorporadora, que o risco de calote de “certas empresas” era um dos desafios para o crescimento econômico da China. Ele afirmou que a autoridade monetária “está cuidando” para que os riscos de default (calote) não se tornem sistêmicos.
Yi Gang também afirmou que o banco central chinês quer reduzir a alavancagem no setor financeiro do país.
Inflação
Em relação à alta de preços global que vem desafiando as autoridades monetárias, Yi Gang afirmou que o índice de preços ao produtor no país asiático deve continuar altos por mais alguns meses. Em setembro, o indicador subiu 10,7% no acumulado em 12 meses, a maior alta desde 1996, quando o dado começou a ser divulgado.
Segundo Yi Gang, em geral, a economia da China está “indo bem”. Ele afirmou que o ritmo da retomada, após os efeitos mais severos da pandemia, está “um pouco” mais moderado, mas que a tendência de recuperação se manteve.