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BC cita instabilidade externa para se manter ´vigilante´

Ata da última reunião do Copom mostra novamente parcimônia no corte do juro

Por Agencia Estado
Atualização:

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na semana passada, alerta que o cenário internacional apresenta instabilidade e novas fontes de incerteza para o controle da inflação no Brasil. Nesse ambiente, advertem os diretores do Copom, cabe à política monetária manter-se especialmente vigilante, "para evitar que a maior incerteza detectada em horizontes mais curtos se propague para horizontes mais longos". Nessa reunião, os diretores decidiram, por unanimidade, reduzir de 13% para 12,75% ao ano a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. "O cenário internacional permanece favorável, mas apresenta instabilidade e novas fontes de incerteza. Por outro lado, um conjunto de pressões de preços, a princípio isoladas e transitórias, atinge a economia em um momento em que a demanda doméstica se expande a taxas robustas." Segundo a ata, persistem também as dúvidas quanto aos próximos passos da política monetária norte-americana. "Não se podem descartar por completo novas elevações de taxas de juros nos Estados Unidos, ainda que a avaliação majoritária nos mercados seja a de que o ajuste da política monetária já teria se encerrado. Por outro lado, parece ter aumentado a sensibilidade dos mercados a dados que poderiam indicar um arrefecimento mais pronunciado da atividade nos EUA", afirma o documento. Veja abaixo os principais pontos da ata 1- Cenário internacional: as oscilações devem continuar, mas essa instabilidade dos mercados financeiros globais e seus reflexos nos preços de ativos brasileiros não configuram um quadro de crise. A ata destaca que o Brasil está mais resistente às crises. O Copom continua atribuindo baixa probabilidade a um cenário de deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais que possa a comprometer as condições de financiamento do País. 2- Inflação: alerta de que há sinais de demanda aquecida, com possível pressão sobre a inflação no curto prazo. Contudo, este efeito pode ser amenizado pelo efeito das importações, que ajudam a derrubar os preços no mercado interno. A projeção do Copom para o Índice de Preços ao Consumidor Amplia (IPCA), a inflação oficial do País, deste ano, ficaram estáveis no cenário de referência (juros de 13% e taxa de câmbio de R$ 2,10). Mesmo sem divulgar qual o porcentual projetado, a ata destaca que a estimativa, como em janeiro, prossegue abaixo do centro da meta definida pelo governo, de 4,5%. 3- Cautela: os diretores do Banco Central destacaram na ata da última reunião do Copom que a atuação de cautela na política monetária tem sido fundamental para aumentar a probabilidade de que a inflação siga evoluindo a trajetória de metas traçada pelo governo. O centro da meta de inflação para 2007 é de 4,5%. 4- Crescimento: a ata destaca ainda que, pela primeira vez desde o final de 1986, a economia cresce por 13 trimestres consecutivos em comparação ao três meses equivalentes do ano anterior. Para os diretores do Banco Central, esse cenário sugere consolidação do processo de expansão. 5- Investimento: na avaliação do BC, a performance da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF)- novos investimentos - é "bastante encorajadora", ao registrar crescimento de 6,3% (o segundo melhor resultado em nove anos). Segundo a ata, dados dessazonalizados pelo IBGE mostram crescimento de 1,7% na produção de bens de capital e 2,1% na produção de bens de consumo duráveis, em janeiro. Para o BC, esse resultado sinaliza que provavelmente terá continuidade em 2007 o robusto desempenho que a FBCF apresentou em 2006. Matéria alterada às 10h42 para acréscimo de informações

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