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BC: Comef não é resposta a recentes quebras de bancos

Por EDUARDO RODRIGUES E CÉLIA FROUFE
Atualização:

Apesar de ter a função de aprimorar a governança do Banco Central em relação a questões relacionadas à regulação do sistema financeiro, o Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) não foi criado em decorrência dos recentes episódios envolvendo as quebras dos bancos Panamericano e Morada, alegou o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles."A criação do Comef se dá em um momento no qual o sistema financeiro se encontra em posição confortável e sólida, não obstante esses casos (dos dois bancos)", afirmou Anthero. "O sistema está fortemente capitalizado, muito bem provisionado, com fundamentos sólidos", acrescentou.O diretor de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Luiz Awazu Pereira, afirmou que a motivação para a criação do Comef "transcende episódios pontuais". "Haveria criação do Comitê com ou sem a ocorrência desses episódios isolados", completou.Ambos os diretores frisaram que a atuação do Comef está voltada para o aprimoramento do intercâmbio de informações entre as diversas áreas do BC, visando municiar melhor a autoridade monetária de conhecimento para a formulação de estratégias para a atividade de regulação e monitoramento do sistema financeiro."O mercado financeiro é muito dinâmico, os cenários mudam", disse Anthero, citando processos de consolidação, aquisições e o interesse crescente de grupos internacionais no mercado brasileiro, além da própria internacionalização dos bancos nacionais. "A criação do Comef tem a ver com desafios que a gente vislumbra para o futuro", frisou o diretor.Segundo Pereira, a criação do Comef brasileiro se dá em condições mais positivas do que as verificadas pelos comitês semelhantes criados recentemente nos Estados Unidos e no Reino Unido. O comitê se reunirá a cada dois meses.

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