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BC: crédito novo cai 3% em outubro e inadimplência sobe

Por FABIO GRANER E FERNANDO NAKAGAWA
Atualização:

O Banco Central divulgou hoje que o volume de novas concessões de crédito, no acumulado do mês de outubro, caiu 3% na comparação com setembro e somou R$ 157,257 bilhões no mês passado. Essa desaceleração do crédito foi liderada pelo segmento de pessoas físicas, no qual as concessões de novos empréstimos caíram 3,5% ante setembro, para R$ 50,292 bilhões. Nas operações para empresas também foi registrada desaceleração, com diminuição de 2,8% nos novos empréstimos em outubro, em relação a setembro. Esses empréstimos somaram R$ 106,965 bilhões no mês passado. Segundo o BC, entre as linhas de crédito para as famílias, o financiamento para compra de veículos foi o que apresentou a maior retração: uma queda de 37,2%, para R$ 2,867 bilhões. No crédito pessoal, as novas concessões diminuíram 9,8% em outubro, ante setembro, e somaram R$ 9,266 bilhões. Nas operações para empresas, o volume de empréstimos oriundos de repasses externos diminuiu 35,9% em outubro ante setembro, e somou R$ 1,518 bilhão. O total de Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACC) teve queda de 20,2% no mesmo período, e fechou o mês com R$ 7,598 bilhões. Apesar da queda em novas concessões, o estoque de operações de crédito do sistema financeiro cresceu 2,9% em outubro, ante setembro, de acordo com os dados divulgados hoje pelo BC. Com isso, o saldo de operações chegou a R$ 1,187 trilhão no mês passado, ante R$ 1,153 trilhão em setembro. No acumulado do ano, o crédito registra expansão de 26,8% e a alta é de 34,6% nos últimos 12 meses. O crescimento do crédito de outubro foi mais lento do que o verificado em setembro, no comparativo a agosto, quando a expansão foi de 3,5%. A participação do crédito como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 40,2% em outubro, ante 39,2% em setembro. No segmento do crédito com recursos livres, o saldo de operações subiu 2,1% em outubro, ante setembro, atingindo R$ 652,566 bilhões. No acumulado do ano, o crédito livre registra alta de 24,6% e, nos últimos doze meses, de 32,1%. Os empréstimos para pessoas jurídicas computaram expansão de 2,9%, enquanto a concessão para pessoa física, aumento de 1,1%, em outubro, na comparação com setembro. Inadimplência A inadimplência geral dos empréstimos com recursos livres subiu de 4% para 4,1% de setembro para outubro, de acordo com o BC. No segmento pessoa jurídica, o índice de atrasos em pagamentos superiores a 90 dias subiu de 1,6% para 1,7%. E, na pessoa física, de 7,3% para 7,4%. No caso da pessoa jurídica, a alta na inadimplência se deu basicamente no segmento de financiamento à importação, cuja taxa passou de 0,4% para 0,5%. Os demais itens de inadimplência da pessoa jurídica ficaram estáveis. Vale destacar, no entanto, que as operações de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) tiveram alta de 0,4 ponto porcentual nos atrasos de pagamentos de 15 dias a 90 dias, após o vencimento, ficando com uma taxa de 1,2% em outubro ante 0,8% em setembro. No total da pessoa jurídica, as operações vencidas de 15 dias a 90 dias subiram 0,3 ponto, passando de 1,3% para 1,6%. No segmento pessoa física, a aquisição de veículos teve alta de 0,1 ponto na inadimplência, passando de 3,8% para 3,9% entre setembro e outubro. O índice de atrasos de 15 dias a 90 dias subiu 0,6 ponto, para 8,1%. No cheque especial, a inadimplência subiu 0,3 ponto, passando de 9% para 9,3%. O índice de atrasos no cheque especial de 15 dias a 90 dias passou de 3,1% para 3,9% - o movimento mais forte no segmento pessoa física. Juro A taxa média de juros no crédito com recursos livres atingiu 42,9% ao ano, em outubro, com alta de 2,5 pontos porcentuais ante o nível de 40,4% de setembro, divulgou hoje o Banco Central. O segmento pessoa jurídica foi o que teve maior alta, 3,3 pontos porcentuais, para 31,6% ao ano, ante 28,3% em setembro. No segmento para a pessoa física, a taxa média de juros subiu 1,7 ponto porcentual, para 54,8% ao ano, de 53,1% setembro. A alta dos juros se deu basicamente pelo aumento do spread bancário, que é a diferença entre o custo de captação dos bancos e o valor do repasse para o cliente. O spread geral subiu em outubro 2 pontos porcentuais, ficando em 28,4 pontos porcentuais em outubro, ante 26,4 pontos porcentuais, em setembro. O spread da pessoa jurídica subiu 2,8 pontos porcentuais, de 14,7 pontos porcentuais, em setembro, para 17,5 pontos porcentuais em outubro. O spread da pessoa física, por sua vez, subiu 1,1 ponto porcentual, passando de 38,6 pontos porcentuais, em setembro, para 39,7 pontos porcentuais, em outubro. O prazo médio das operações de crédito teve redução de 1 dia, ficando em 374 dias. O prazo médio das operações com pessoas jurídicas passou de 298 dias para 297 dias, enquanto para pessoas físicas subiu de 480 para 482 dias.

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