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BC da China diz que país enfrenta tarefa árdua para controlar crédito

O Banco do Povo da China anunciou elevação das taxas de juro no último sábado pela segunda vez em dois meses, indicando que as autoridades estão determinadas a combater a inflação

Por Regina Cardeal e da Agência Estado
Atualização:

A China ainda enfrenta uma tarefa árdua para administrar o crédito e evitar riscos financeiros apesar da força da economia do país, afirmou o banco central nesta segunda-feira. Em comunicado sobre a reunião do Comitê de Política Monetário do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), o banco central afirmou que a China vai colocar a estabilização dos preços em geral numa posição mais proeminente no próximo ano e acrescentou que planeja atingir um crescimento razoável e adequado do crédito e da base monetária.

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No último sábado, o banco central anunciou a elevação das taxas de juro pela segunda vez em dois meses, indicando que as autoridades estão determinadas a combater a inflação. As taxas de depósito e de empréstimo foram elevadas em 0,25 ponto porcentual. As novas taxas entraram em vigor ontem. A taxa de empréstimo durante um ano subiu para 5,81%, de 5,56%, enquanto a taxa de depósito por um ano avançou para 2,75%, de 2,5%. A decisão foi tomada apesar do aumento na entrada de recursos no país por investidores que buscam melhor remuneração à oferecida pelos EUA e pelo Japão, onde o juro está extremamente baixo.

As taxas de depósito e de empréstimo foram elevadas em 0,25 ponto porcentual. As novas taxas começam a vigorar a partir de domingo. Em nota, o banco central chinês informou que a taxa de empréstimo durante um ano subirá para 5,81%, de 5,56% atualmente, enquanto a taxa de depósito por um ano avançará para 2,75%, de 2,5%.

No dia 19 de outubro, o PBoC fez a primeira elevação em quase três anos de ambas as taxas. No dia 10 de dezembro, o banco central aumentou a taxa do compulsório pela sexta vez esse ano, em 0,5 ponto porcentual.

Para o economista do Royal Bank of Canada, Brian Jackson, o anúncio do banco chinês neste sábado indica que o juro pode ser elevado com maior frequência em 2011 para evitar aumento dos preços.

"Achamos que está ficando cada vez mais claro que a utilização de ferramentas quantitativas - como aumento do compulsório - para controlar a liquidez e o crédito não têm sido suficientes e que ajustar o preço do crédito - diga-se, elevar o juro - é necessário para controlar as pressões, portanto, a mudança de hoje sugere que Pequim também está chegando a essa visão", afirmou Jackson.

Ferramentas

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O anúncio da alta do juro ocorreu um dia após o vice-presidente do PBoC, Hu Xiaolian, dizer que o banco central irá utilizar uma combinação de ferramentas, incluindo aumento do juro e taxas diferenciadas de compulsório, para combater a inflação e evitar a formação de bolhas nos preços dos ativos em 2011.

O conselheiro do PBoC, Li Daokui, disse neste sábado, segundo o portal de notícias da China sina.com, que a alta do juro teve por intenção ajustar as expectativas de inflação e que o momento foi adequado, para evitar reação excessiva dos mercados norte-americano e europeus. O Natal "é um momento muito bom" para elevação de juro, por ser feriado na Europa e nos Estados Unidos, disse. As informações são da Dow Jones.

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