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BC diz que economia 'ganhou tração' e prega cautela com juros

Ata da reunião em que a taxa Selic foi reduzida para 4,5% ao ano acrescenta, porém, que o 'alto nível de ociosidade' se reflete no baixo uso da capacidade da indústria e na taxa de desemprego

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central afirmou nesta terça-feira, 17, que a economia brasileira "ganhou tração". A avaliação consta da ata da última reunião do comitê, realizada semana passada, quando foi definida a redução do juro básico da economia para 4,5% ao ano.

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Segundo o comitê, formado pelos diretores e presidente do Banco Central, o último trimestre deste ano deve apresentar aceleração da atividade, reforçada pela liberação dos recursos do FGTS e PIS/Pasep. "O cenário básico do Copom supõe que o ritmo de crescimento subjacente da economia, que exclui os efeitos de estímulos temporários, será gradual", informou a ata.

O comitê acrescentou, porém, que informações indicam que a economia segue operando com "alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices das medidas tradicionais de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego".

A principal missão do Banco Central é controlar a inflação; a meta central deste ano é de 4,25%. Foto: André Dusek/Estadão

A principal missão do Banco Central é controlar a inflação, tendo por base o sistema de metas. Para este ano, a meta central de inflação é de 4,25%, podendo oscilar de 2,75% a 5,75%.

Para 2020, o objetivo central é de 4% (com oscilação de 2,5% a 5,5%). Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC reduz os juros. Quando estão acima da trajetória esperada, a taxa Selic é elevada.

Por meio da ata, o BC indicou que "o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária". Política monetária é justamente a calibragem da taxa básica de juros para o controle da inflação.

Na semana passada, economistas do mercado financeiro haviam avaliado, com base nestes comentários, que o BC tende a ser mais cauteloso na decisão de fevereiro do Copom. A expectativa é de que a Selic seja mantida em 4,50% ao ano em fevereiro ou passe por um corte menor, de 0,25 ponto porcentual.

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Quando a inflação está alta ou indica que ficará acima da meta, o Copom eleva a Selic. Dessa forma, os juros cobrados pelos bancos tendem a subir, encarecendo o crédito e freando o consumo, assim, reduzindo o dinheiro em circulação na economia. Com isso, a inflação tende a cair.