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BC dos EUA rebaixa previsão para o PIB em 2009

Por Renato Martins
Atualização:

O Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) vê "uma contração continuada e aguda na atividade econômica real" e rebaixou suas projeções para o desempenho da economia em 2009. É o que diz a ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, realizada nos dias 27 e 28 de janeiro, e divulgada hoje. O Fed agora prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA vai sofrer uma contração de 0,5% a 1,3% em 2009; a projeção anterior, de outubro de 2008, estava na faixa de crescimento de 1,1% a contração de 0,2%. A projeção para o PIB em 2010 é um crescimento de 2,5% a 3,3%; para 2011, o Fed prevê um crescimento de 3,8% a 5%. As projeções de crescimento, desemprego e inflação do Fed normalmente são para os próximos três anos, mas a instituição estendeu o horizonte de suas previsões para um prazo mais longo, de cinco a seis anos. Segundo a ata, "os participantes em geral esperavam que as tensões nos mercados financeiros só se dissipariam lentamente e, portanto, que o ritmo da recuperação em 2010 seria contido". O documento também diz que "os participantes previram que as condições do mercado de mão de obra se deteriorariam bastante mais no curso deste ano e praticamente todos esperavam que o desemprego ainda estaria acima de sua taxa sustentável de longo prazo no fim de 2011". A ata diz ainda que "os participantes do Fomc viam a perspectiva para a atividade econômica e a inflação como tendo se enfraquecido significativamente desde outubro passado, quando as últimas projeções haviam sido feitas". O documento também afirma que os integrantes do comitê não viam nenhuma indicação de que o setor de imóveis residenciais estivesse começando a se estabilizar. Alguns mostraram preocupação de que o setor de imóveis comerciais pudesse deteriorar-se rapidamente nos meses seguintes. Os participantes da reunião também previam contrações rápidas nos investimentos das empresas de vários setores. Para os integrantes do comitê, as reduções de impostos e outros elementos do pacote de estímulo à economia proposto pelo governo americano dariam impulso à renda e elevariam os gastos dos consumidores, mas numa magnitude que "estava longe de ser clara". "Por exemplo, a não ser que os cortes sejam claramente percebidos como permanentes, o impulso aos gastos do consumidor poderá ter vida curta, como foi o caso das devoluções de impostos distribuídas na primavera de 2008", diz a ata. O documento diz ainda que um dos temas discutidos na reunião foi a ideia de adotar uma meta específica para a inflação. "O comitê não tomou nenhuma decisão sobre o estabelecimento de tal objetivo", diz a ata. As informações são da Dow Jones.

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