O Banco Central voltou a comprar dólares no mercado à vista e fez com que a moeda norte-americana encerrasse em alta de 0,78% nesta segunda-feira, 8, em sessão esvaziada por um feriado nos Estados Unidos. O dólar fechou a R$ 1,818, depois de ter caído mais de 1% na sexta-feira e atingido o menor nível desde agosto de 2000. O mercado se preparava para um dia fraco de negócios por conta do fechamento parcial dos mercados norte-americanos - na comemoração do Columbus Day, o mercado de bônus não abriu. Mas ainda pela manhã o BC anunciou um leilão de compra de dólares. Foi a primeira operação desse tipo desde meados de agosto, quando a turbulência externa fez o ingresso de divisas no país minguar. Alguns operadores citaram como justificativa para o leilão do BC uma operação da Braskem. À Reuters, a empresa informou que está internalizando dólares equivalentes a quase R$ 1 bilhão para pagar ações da Copesul adquiridas na sexta-feira em Oferta Pública de Aquisição (OPA). Para os próximos dias, analistas esperam novas operações que reforcem o fluxo cambial positivo. Com isso, "a tendência é que o BC volte a comprar como vinha sendo de praxe, atuando no mercado pronto (à vista) e aumentando as reservas", segundo Marcos Forgione, analista da Hencorp Commcor Corretora. Mercado de volta ao "normal" Alguns analistas destacaram que a operação também foi um sinal de "normalização" do mercado depois da volatilidade gerada pela crise global de crédito. Há divergências, no entanto, quanto à retomada da rotina de leilões diários pelo BC, como acontecia no primeiro semestre. Para Carlos Alberto Postigo, da Action Corretora, o BC só deve atuar nos dias em que houver uma entrada relevante de dólares. "As reservas cambiais estão num bom patamar", comentou. Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do Banco Paulista, avaliou que o retorno do BC no mercado sinaliza a disposição do governo em impedir a queda do dólar abaixo de R$ 1,80. O Banco Central não comentou a operação.