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BC ganhou R$ 1,1 bilhão com contratos de swap em outubro

Por Agencia Estado
Atualização:

A valorização do real frente ao dólar nos últimos dias de outubro ajudou o Banco Central a recuperar parte das perdas registradas em setembro nas operações com contratos especiais de câmbio, chamados de swap cambial. Depois de contabilizar um prejuízo de quase R$ 9 bilhões no caixa do BC em setembro, os ajustes referentes aos contratos negociados no mês passado resultaram num ganho de cerca de R$ 1 1 bilhão. Isso ocorreu porque, ao contrário da desvalorização de 28,9% verificada em setembro, em outubro, o real se valorizou 5 43%. Como as operações de swap são corrigidas diariamente a partir da taxa de câmbio vigente, o sobe e desce da cotação do dólar gera perdas e ganhos ao governo. Esse instrumento foi uma alternativa encontrada pelo BC para rolar as dívidas cambiais que estão vencendo sem a necessidade de vender novos papéis. A grande diferença é que em vez de entregar aos investidores um título público corrigido pela variação do dólar que deve ser resgatado pelo seu valor original mais uma remuneração determinada no seu vencimento, o BC negocia contratos especiais de câmbio e faz ajustes diários referentes apenas à variação da taxa de câmbio. Isso permite ao BC, especialmente em momentos de maior incerteza, atender uma demanda do mercado financeiro por ativos vinculados ao dólar sem ter que dispor das reservas internacionais do País ou ainda ter que administrar cronograma de vencimento de títulos públicos. Fuga A alta do dólar verificada no mercado de câmbio brasileiro, especialmente em setembro e nos primeiros dias de outubro, foi reflexo direto da falta de moeda estrangeira no mercado. Por causa das perspectivas ruins em relação ao futuro da economia, o Brasil não estava conseguindo crédito no exterior num momento em que as empresas precisavam renovar dívidas lá fora que estavam vencendo. Para completar, muitos investidores que estavam com dinheiro aplicado no mercado doméstico deixaram o País. Desde e o início deste ano, as contas de não residentes, conhecidas como contas CC5, registraram uma saída de US$ 8,6 bilhões. Somente em outubro, foram US$ 1,7 bilhão. Essa fuga de recursos se intensificou a partir de julho, quando o volume de saídas pelas CC5 dobrou de US$ 605 milhões para US$ 1,2 bilhão e se manteve nesse nível elevado.

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