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BC indica manter previsão de PIB apesar de crise nos EUA

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Por Redação
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A crise do mercado de crédito imobiliário de alto risco dos Estados Unidos deve desacelerar a economia daquele país, mas o Banco Central não vê motivos para revisar a projeção de crescimento do Brasil, disse nesta sexta-feira o presidente do BC, Henrique Meirelles. "Está claro que deve haver, haverá uma certa desaceleração da economia americana. Até que ponto que isso vai se tornar uma desaceleração maior ou não, isso é exatamente o que está em discussão", disse Meirelles a jornalistas num seminário promovido pelo próprio BC, no Rio de Janeiro. Mas, para ele, "no momento, não há indicações de que possa haver revisão para baixo" da taxa do crescimento brasileiro. A última projeção feita pelo BC para o Produto Interno Bruto (PIB) prevê uma expansão de 4,7 por cento este ano. No relatório trimestral de inflação, no final de setembro, o banco divulgará novamente suas estimativas para PIB, inflação e outros dados macroeconômicos. Meirelles argumentou que o crescimento da economia brasileira está baseado no mercado interno, o que suavizaria um impacto de uma desaceleração mundial. VULNERABILIDADES E DESAFIOS Para ele, o Brasil já passou da fase de ter vulnerabilidades financeiras. Os desafios daqui para frente serão atingir um crescimento sustentável da economia por uma longo período, junto com a abertura do capital das empresas e a continuidade do processo de expansão da oferta de crédito. "Todos os países não são imunes, muito menos o Brasil. Já temos condições de nos concentrar além de manter a situação econômica equilibrada, para focar no médio e longo prazo." Perguntado se o impacto no mercado acionário já teria passado, o presidente do BC disse ser ainda prematura uma avaliação. Sobre o papel das agências de classificação de risco, que não previram os problemas com as empresas de hipotecas que iniciaram a atual crise nos EUA, Meirelles disse que "elas estarão também, como todos, aprendendo um pouco mais com esses eventos". Provocado por jornalistas sobre a ausência de intervenções do BC no mercado de câmbio durante a crise, quando o dólar registrou fortes altas, Meirelles se limitou a afirmar que a estratégia da instituição é a mesma desde 2004: acúmulo de reservas e intervenções para enfrentar problemas de liquidez. (Por Rogrigo Viga Gaier)

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