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BC intervém, anuncia novo leilão e ainda assim dólar sobe

Por Nalu Fernandes
Atualização:

Cenário: O Banco Central bem que tentou conter o movimento recente de alta do dólar por meio do leilão de 60 mil contratos de swap cambial - absorvidos integralmente -, mas o sinal positivo não abandonou as telas de operação até o fim dos negócios ontem, com a moeda norte-americana encerrando o dia cotada a R$ 2,0830 no mercado à vista de balcão (+0,43%). Segundo operadores, a absorção integral neste leilão mostra demanda por hedge, ou proteção, indicando que os agentes financeiros seguem compradores. E o avanço do dólar persistiu a tal ponto que a autoridade monetária chamou novo leilão de swap para hoje, mais uma vez em dois vencimentos (1 de agosto e 3 de setembro) e no montante de 60 mil contratos (US$ 3 bilhões). O swap cambial é um contrato que, na prática, equivale à venda de dólares no mercado futuro.Segundo profissionais da área de moedas, o mercado se ressente de dólares e está tentando pressionar o Banco Central a retirar algumas medidas restritivas à entrada de capital externo. Além disso, com a proximidade do fim do mês, o mercado está mais especulativo devido à rolagem dos contratos futuros de dólar.A Bovespa, por sua vez, operou totalmente na contramão do exterior, onde alguns indicadores positivos dos Estados Unidos trouxeram alívio momentâneo aos mercados globais. Por aqui, no entanto, a queda superior a 25% dos papéis ordinários da OGX fez o Ibovespa terminar em 53.108,93 pontos, com perda de 1,35%. A justificativa para o comportamento da empresa de Eike Batista no pregão foi a decepção com que os investidores receberam o anuncio sobre a operação do campo de Tubarão Azul e o consequente rebaixamento do preço-alvo dos papéis. A empresa informou na noite de terça-feira que, depois de aproximadamente cinco meses de operação do Teste de Longa Duração (TLD), definiu a vazão ideal de 5 mil barris de óleo equivalente por dia para cada um dos dois primeiros poços. O número é muito aquém do esperado pelo mercado.Nos juros futuros, a reação dos investidores ao pacote de estímulos às compras governamentais no total de R$ 8,4 bilhões e ao corte da taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 6% para 5,5% e que deve ser confirmada hoje, foi morna e as taxas curtas e intermediárias ficaram de lado. Tudo porque, na visão dos agentes, o plano é insuficiente para estimular a demanda a um patamar que altere a atual política de afrouxamento monetário.

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