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BC intervém e dólar fecha a R$ 3,76

Em dia de especulação por causa dos vencimentos de contratos futuros e títulos cambiais, o Banco Central interveio pesadamente e conteve o dólar. Eleições e fortes quedas nas bolsas internacionais pressionaram o mercado.

Por Agencia Estado
Atualização:

Ao contrário de muitas previsões, o dólar hoje não chegou a R$ 4, embora tenha chegado perto dessa marca no início do dia. Há dias os investidores tentavam elevar a cotação de hoje, mas o Banco Central (BC) foi muito agressivo, e vendeu grandes quantias para provocar a queda. O comercial para venda caiu 2,97%, mas ainda assim ficou alto, em R$ 3,76. Com base nas cotações de hoje serão corrigidos um grande volume de títulos cambiais e os contratos futuros de dólar com vencimento amanhã. Por isso, a pressão dos investidores era para inflar os ganhos, apoiados no nervosismo que tomou conta dos mercados. O BC foi encurtando os prazos dos papéis cambiais nas rolagens ao longo deste ano, pois os investidores resistiam em aceitar papéis a serem honrados pelo próximo governo. Assim, há forte concentração de vencimentos para o final de 2002. O próximo, o maior do ano (US$ 3,62 bilhões), será dia 17; e já no dia 23 haverá mais um, no valor de US$ 1,09 bilhão. As pesquisas do final de semana e de hoje confirmaram que Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PL) está muito próximo da vitória já no primeiro turno, e, mesmo que vá para o segundo turno, tem margem tranqüila sobre os demais candidatos. O mercado, que torce para José Serra (PSDB/PMDB) já especula sobre a equipe econômica de Lula, e concede que uma boa escolha pode acalmar a insegurança dos grandes investidores, revertendo, ao menos parcialmente, o pessimismo que tomou conta dos negócios. Hoje a situação foi agravada pelo desempenho das bolsas internacionais. Houve fortes quedas no mundo todo, mas os tombos maiores foram na Europa. O FTSE da Bolsa de Londres caiu 4,75%; o CAC-40 parisiense perdeu 5,87%; e o DAX da Bolsa de Frankfurt, 5,13%. Dados sobre a economia norte-americana voltaram a decepcionar. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,7600 nos últimos negócios do dia, em baixa de 2,97% em relação às últimas operações de sexta-feira, oscilando entre R$ 3,7500 e R$ 3,9600. Com o resultado de hoje, o dólar acumula uma alta de 62,35% no ano e 24,92% nos últimos 30 dias. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 21,900% ao ano, frente a 21,990% ao ano sexta-feira. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 27,400% ao ano, frente a 27,550% ao ano negociados sexta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,07% em 8622 pontos e volume de negócios de R$ 453 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 36,50% em 2002 e 16,95% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, 13 apresentaram altas. Mercados internacionais Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 1,42% (a 7591,9 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York -caiu 2,26% (a 1172,06 pontos). Às 18h, o euro era negociado a US$ 0,9866; uma alta de 0,55%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 0,41% (395,19 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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