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BC já gastou US$ 6,7 bilhões

Outros US$ 11 bilhões gastos devem voltar às reservas

Por Fabio Graner e BRASÍLIA
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, informou ontem que a instituição vendeu diretamente no mercado US$ 6,7 bilhões de outubro até o fim de novembro para enfrentar o agravamento da crise internacional. Além disso, informou, o BC injetou mais US$ 11,7 bilhões, em operações de colocação de moeda que, entretanto, retornarão às reservas internacionais. De acordo com Meirelles, essas operações tiveram por objetivo prover dólares à economia, já que as fontes externas de financiamento diminuíram fortemente com o agravamento da crise desde setembro. Meirelles também destacou a venda de US$ 31,1 bilhões em contratos de swap cambial, que são operações em que o BC assume uma dívida em dólar, cujo efeito equivale a uma venda futura. No mercado, entretanto, a atuação do BC no câmbio tem sido vista com reservas por analistas. É o caso de André Sacconato, economista da Tendências Consultoria. Segundo ele, a venda à vista de US$ 6,7 bilhões no período mais grave da crise externa é muito pequena e o BC precisa agir de forma mais incisiva para conter a alta volatilidade nesse mercado. "O BC tem sido passivo no câmbio e até um pouco desordenado. A gente não consegue entender essa falta de política", afirmou, avaliando que com mais de US$ 200 bilhões de reservas a autoridade monetária tem plenas condições de agir para reduzir a volatilidade. Na visão de Meirelles, que fez palestra ontem no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, as atuações do BC para garantir a oferta de dólares estão surtindo efeito e levando a uma normalização das operações de comércio exterior. Ele ressaltou o fato de que, mesmo com as atuações do BC, as reservas praticamente não caíram, por causa da valorização de suas aplicações. Para ele, o acúmulo de reservas foi o principal fator que preparou o Brasil para enfrentar a crise. CRÉDITO O presidente do BC informou ainda que, nos 16 primeiros dias úteis de novembro, houve um crescimento de 4,7% nas concessões de crédito no sistema financeiro, na comparação com a média diária de outubro. Segundo ele, as operações com pessoa física registraram aumento de 10,9% no período e as feitas com empresas, 1,7%. "Isso significa que há uma recuperação gradual do mercado de crédito." O presidente do BC tentou transmitir estímulo às pessoas para que elas tenham confiança na capacidade de a economia brasileira atravessar essa crise.

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