O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, rechaçou nesta sexta-feira as avaliações de que o Banco Central teria admitido que a economia estaria enfrentando uma crise, ao manter a taxa de juros em 16% e mencionar a necessidade de prudência, dada as turbulências no mercado financeiro. Para Levy, o comunicado do Copom confirma a excelência dos fundamentos da economia. "O BC não sancionou a deterioração da crise", disse. "Não se deve exagerar a importância da Selic no quadro geral (da economia)." Segundo ele, a situação permite que se defenda tanto a manutenção quanto a queda da taxa. "Até mesmo no BC", disse, numa referência ao fato de o Copom ter decidido manter a taxa por seis votos a três. O secretário disse que a política fiscal está "absolutamente nos trilhos e o crescimento é seguro". Sobre os dados do BC mostrando que nos últimos 50 dias os bancos compraram cerca de US$ 4,8 bilhões, puxando para cima a cotação da moeda norte-americana, o secretário afirmou que "apostar contra o Brasil é sempre uma má ação". Segundo ele, quem adotou essa atitude em 2002 e se desfez de títulos do governo com medo de um eventual calote "amargou prejuízo". Já os investidores que mantiveram os papéis em carteira, "se deram bem".