Publicidade

BC não está de mãos amarradas, diz Figueiredo

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, disse, em rápido discurso em um evento na Bovespa, que, em momentos mais turbulentos, há uma certa confusão entre o BC "ter e não usar os instrumentos de que dispõe". Ele foi taxativo: "O BC tem os instrumentos, a questão é quando e como vai utilizá-los". Figueiredo afirmou que o BC não está de mãos amarradas e que o mercado não deve ter dúvidas de que, quando for necessário, o BC atuará. Segundo ele, imaginar que o BC não dispõe de instrumentos é uma visão equivocada. O diretor do BC explicou que a autoridade monetária nunca teve a idéia de operar contra o mercado, que esta é uma interpretação equivocada. "Na verdade, o BC deve estar sempre trabalhando com o mercado", disse, explicando que isto é o melhor tanto para o mercado quanto para o País, à medida, por exemplo, que diminui o custo de rolagem da dívida pública. "Nossa intenção sempre foi nessa direção, e nunca será diferente". Antes de dar esse recado ao mercado, Figueiredo agradeceu o prêmio "Os bem-sucedidos do ano", entregue pela revista Banco Hoje a oito homenageados. O prêmio de Figueiredo foi dado por seu trabalho na implantação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que foi considerado pela revista como o maior desafio do sistema financeiro brasileiro. Além de agradecer ao mercado, Figueiredo agradeceu a seus pais, à sua irmã e à sua namorada Taís, assessora do Banco Central, pela premiação. Cupom cambial e fundos O diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, explicou que os instrumentos de que a instituição dispõe são os mesmos já conhecidos pelo mercado. Citando as declarações do presidente do BC, Armínio Fraga, durante teleconferência na manhã de hoje, o diretor disse que os instrumentos que poderão ser utilizados são os mesmos que foram usados em outros momentos no passado. "O BC não fará nada diferente. O mercado sabe exatamente quais são (os instrumentos)", afirmou. Indagado se a estratégia de venda diária de US$ 50 milhões diários no mercado de câmbio à vista poderá ser retomada, Figueiredo disse que o mercado conhecerá os instrumentos quando eles forem utilizados. O diretor do BC explicou, ao ser indagado sobre como será feita a rolagem dos títulos cambiais a partir de agora, que nada mudará. Segundo ele, o BC continuará pesquisando o mercado para conhecer qual é a demanda, tentando atendê-la. "Não vai ser diferente daqui para a frente?, afirmou. "O Banco Central não faz algo diferente do que o mercado está demandando", disse. Neste momento, segundo ele, a demanda no mercado é por cupom cambial com prazo mais curto. "E é isso o que o Banco Central vai fazer", disse. Figueiredo afirmou ainda que a indústria de fundos, de acordo com informações recolhidas pelo BC, já está trabalhando perto da normalidade. Figueiredo disse que o comportamento das cotas nos últimos dias tem apontado resultado positivo. "Talvez tenha uma ou outra exceção, mas no geral as cotas têm sido positivas", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.