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BC não usou todos os instrumentos para conter a inflação, diz economista

Por Agencia Estado
Atualização:

O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Salomão Quadros acredita que o Banco Central ainda não utilizou todos os instrumentos possíveis para controlar a inflação. "O BC não usou tudo o que podia usar para controlar a inflação", disse. Para ele, ainda há espaço para aumentar os juros e os compulsórios podem ser "um plano B" do Banco Central, caso a elevação de juros não surta efeito. Quadros considerou que, apesar de a taxa básica de juros estar num patamar alto de 22%, seria razoável da parte do BC elevá-la mais para conter prejuízos futuros na inflação do ano que vem. Ele não quis dizer para quanto os juros poderiam ser aumentados para conter a inflação. "A gente não sabe ao certo qual patamar de juros é suficiente, mas eu acho que é melhor ser austero agora e corrigir depois - se é que ter sido austero no primeiro momento foi um erro - do que não ser austero no momento propício e depois correr atrás do prejuízo." Quadros questionou a eficácia de se deixar que a situação da inflação se ajuste por si só, ao invés de o BC induzir um ajuste. "Talvez precise de uma ação mais incisiva." Ele alertou que deixar o processo inflacionário se "auto-governar" não é estratégia adequada e reiterou a possibilidade de isso criar expectativas negativas na economia. O economista da FGV afirmou que, tendo em vista os patamares atuais de inflação, o próximo governo deve fazer um ajuste fiscal mais forte e mais rigoroso do que o atual, consequentemente elevando o superávit primário. "Acho que isso é necessário, porque continuar aumentando juros também gera expectativas negativas", disse.

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