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BC passará a classificar bancos com a utilização de notas

O novo sistema substituirá a fórmula antiga usada pelo BC para fiscalizar os bancos

Por Agencia Estado
Atualização:

Preocupada em se modernizar, a fiscalização do Banco Central (BC) quer passar a ter mais chances de se antecipar ao aparecimento de problemas de solvência nos 135 bancos em atuação no mercado brasileiro. Para isso, vem sendo implantado desde 2003 um sistema de classificação (rating) em que os bancos recebem notas que variam de 1 (melhor classificação) a 5 (pior nível de classificação). "É uma avaliação interna, não divulgada ao público, que já fazemos hoje em cerca de 50 bancos", explicou o diretor de Fiscalização do BC, Paulo Cavalheiro. Pelo cronograma do BC, o sistema de classificação de riscos deverá atingir todos os bancos até o final de 2007. O novo sistema substituirá a fórmula antiga usada pelo BC para fiscalizar os bancos, que era conhecida como Inspeção Geral Consolidada (IGC). "As IGCs olhavam muito para a situação presente e para o passado dos bancos. Queremos, com a classificação (rating), ter uma perspectiva do que pode acontecer no futuro", disse. Para evitar o surgimento de problemas, o BC poderá não atender aos pedidos de expansão das operações de bancos com notas ruins em seu sistema de classificação. "Se um banco está com uma nota ruim, podemos deixar de autorizar a abertura de novas agências, por exemplo", disse Cavalheiro. A periodicidade de atualização das avaliações também variará de acordo com a classificação dos bancos. "Nos bancos com notas melhores, a periodicidade poderá ser de três anos. Nos com notas mais próximas do 5, o tempo de atualização da avaliação será menor", disse. O cálculo da nota, de acordo com Cavalheiro, levará em conta não apenas os riscos de crédito e de mercado. "Também vamos avaliar os riscos de reputação, de estratégia, de liquidez e os riscos legais e operacionais", comentou. Os fiscais do BC, além disso, farão um acompanhamento constante dos dados contábeis dos bancos e uma avaliação dos controles internos das instituições. "Um banco sem um sistema de prevenção contra a lavagem de dinheiro, por exemplo, dificilmente receberá do BC autorização para abrir novas agências ou para passar a operar em novos mercados", disse. A área de fiscalização, de acordo com Cavalheiro, tem hoje cerca de 380 funcionários, que poderão realizar todo o trabalho de avaliação e classificação dos bancos.

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