23 de abril de 2010 | 00h00
"A maturação de investimentos vai ajudar a gerar mais exportações. Isso leva a crer que o resultado voltará à normalidade dentro de dois anos." A deterioração das contas externas, que se agravou no primeiro trimestre, segundo ele, não é mais um problema para a economia, como ocorria antes.
Hoje o Brasil tem uma situação confortável de reservas internacionais e é um dos países mais atrativos para receber investimentos. Não só em novas fábricas, serviços e projetos de infraestrutura, como também em aplicações do mercado financeiro, como renda fixa e ações.
Por isso, o chefe do Depec destacou que não observa no aumento do déficit este ano um sinal de vulnerabilidade externa ou risco à saúde econômica do País, como observam analistas econômicos. Na sua avaliação, o déficit externo equivalente a 2,5% do PIB previsto para 2010 é "relativamente baixo comparado com o passado".
"É perfeitamente financiável", disse. Para Altamir Lopes, não há vulnerabilidade nas contas externas porque o passivo do País é hoje constituído por investimento estrangeiro direto, relacionado a setores exportadores.
Juros e renda fixa. Para o ex-diretor de Política do BC e economista-chefe da Confederação Nacional de Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, o ciclo de alta da taxa de juros, esperado para ter início na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), pode potencializar a piora das contas externas. É que, com os juros ainda mais atrativos, um volume maior de investimentos externos em aplicações em renda fixa deve entrar no País, contribuindo para valorizar o real ante o dólar.
O real mais forte enfraquece as exportações e favorece o aumento das importações, das remessas de lucros e dividendos e das viagens internacionais ? fatores que têm pressionado as contas externas do País. / A.F. e .F.N.
Encontrou algum erro? Entre em contato