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BC: provisão para risco de crédito sobe 1,5% em outubro

Por FERNANDO NAKAGAWA E FABIO GRANER
Atualização:

As provisões para risco de crédito do sistema financeiro subiram 1,5% em outubro, na comparação com setembro, atingindo R$ 50 bilhões. O volume é 6,7% superior ao verificado 12 meses antes. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, ressalvou que este número precisa ser analisado em comparação com o volume total de crédito, que tem crescido. Por este critério, a relação entre provisão e estoque de operações ficou estável em 5,7% na comparação de outubro com setembro. Em 12 meses, esse indicador teve queda de um ponto porcentual. Altamir destacou o comportamento da inadimplência, que tem caído mesmo com o forte crescimento do crédito e a incorporação de novos clientes ao mercado de crédito. Em outubro, a inadimplência ficou em 4,5%, ante 4,6% em setembro e 5,1% em igual mês do ano passado. Segundo ele, o crescimento na renda, no nível de emprego, prazos maiores e juros menores influenciam esse desempenho positivo da inadimplência do crédito. Empresas O juro praticado nos empréstimos para as empresas ignora a trajetória de queda das taxas para as pessoas físicas. Conforme dados do Banco Central, o custo dos financiamentos para pessoas jurídicas mantém trajetória de alta desde julho. Já no segmento para as pessoas físicas, as taxas caem desde janeiro de 2006. O dólar explicaria a alta nos empréstimos para empresas. De julho até 9 de novembro, o juro cobrado das empresas aumentou 0,6 ponto porcentual, para 23,6% ao ano. No mesmo período, a taxa praticada para as pessoas físicas seguiu trajetória inversa e caiu 1,7 ponto, para 45,3% ao ano. Nesse segmento, inclusive, a taxa recua desde janeiro, e acumula redução de 7 pontos. Segundo Altamir, a queda do dólar tem gerado o aumento do juro nos empréstimos para empresas que contam com recursos externos. A taxa dessas operações é calculada conforme a remuneração do capital, geralmente Libor acrescida de prêmio. Altamir explica, porém, que há um terceiro componente no custo desses empréstimos: a variação cambial. Segundo ele, bancos calculam esse fator com base na diferença entre a expectativa futura para o dólar e a cotação da moeda no mercado à vista. Esse custo tem crescido porque a expectativa futura para a divisa segue estável, mas o dólar à vista tem caído. Isso aumenta a diferença entre os dois valores - futuro e presente. Diante desse cenário, o custo final dos empréstimos tem subido e o BC estuda ajustar algumas condições para as operações com recursos externos para evitar essas distorções.

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