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Banco Central reduz projeção do PIB de 2019 de 2,4% para 2%

Ipea também revisou a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto deste ano para 2%

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Fabrício de Castro , Eduardo Rodrigues e Vinicius Neder
Atualização:

RIO E BRASÍLIA - Na esteira dos indicadores mais recentes de atividade, que mostram crescimento mais lento do que o esperado, o Banco Central (BC) reduziu sua expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, de 2,4% para 2,0%. O novo porcentual consta no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado na manhã desta quinta-feira, 28. 

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Entre os componentes do PIB para 2019, o BC alterou de 2,0% para 1,0% a projeção para a agropecuária. No caso da indústria, a estimativa passou de 2,9% para 1,8% e, para o setor de serviços, de 2,1% para 2,0%.

No lado da demanda, o BC reduziu a estimativa de crescimento do consumo das famílias, de 2,5% para 2,2%. No caso do consumo do governo, o porcentual projetado continuou em 0,6%. 

O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, disse que os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) - espécie de prévia do PIB calculada pela autoridade monetária - mostram o arrefecimento do ritmo de recuperação da atividade no fim do ano passado e no começo deste ano. 

"Esse desempenho é afetado pelos diversos choques aos quais a economia esteve exposta no ano passado", afirmou.

Economistas acreditam que a alta do PIB em 2019 deva ser de 2%. Foto: André Dusek|Estadão

O documento apresentado nesta quinta-feira indica ainda que a projeção de 2019 para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia - foi de 4,4% para 4,3%. 

Ipea

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Na mesma linha do BC, o Grupo de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) também revisou a projeção de crescimento do PIB de 2019 de 2,7% para 2,0%. Segundo relatório publicado na Carta de Conjuntura do primeiro trimestre, os primeiros indicadores do ano mostram que a recuperação da atividade econômica segue lenta.

Mesmo o crescimento de 2,0% em 2019 fechado dependerá de uma aceleração da atividade ao longo do ano. "Tendo como base um cenário em que a reforma da Previdência é aprovada com impacto fiscal relevante em meados de 2019, projetamos a aceleração do crescimento trimestral ao longo do ano, condição necessária para atingir o crescimento anual esperado de 2%", diz o texto do relatório.

Em 2019, o crescimento será impulsionado pelo consumo das famílias, com avanço esperado de 2,6%. A formação bruta de capital fixo (FBCF) é projetada com alta de 4,7%. No lado da oferta, o Ipea projeta avanços nos PIBs da agropecuária (0,4%), da indústria (1,8%) e de serviços (2,2%).

O Grupo de Conjuntura do Ipea também revisou para baixo a projeção para o IPCA de 2019, passando de 4,10% para 3,85%.