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BC reduz compulsório e devolve R$ 23,5 bi à economia

Medida deve beneficiar pequenos e médios bancos, que têm enfrentado graves problemas para captar recursos

Por AE
Atualização:

O Banco Central tomou no fim da noite de quinta-feira, 2, uma medida para tentar aliviar a falta de dinheiro disponível no sistema financeiro. A medida deve beneficiar principalmente pequenos e médios bancos, que têm enfrentado graves problemas para captar recursos no mercado. A autoridade monetária anunciou que bancos que adquirirem carteiras de crédito de outras instituições terão redução do depósito compulsório. A medida pode liberar até R$ 23,5 bilhões para o mercado. Veja também: Pacote só será votado se tiver aprovação certa, diz Pelosi Crise afetará neoliberalismo, dizem analistas Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise Entenda o pacote anticrise que passou no Senado dos EUA A cronologia da crise financeira  Veja como a crise econômica já afetou o Brasil Entenda a crise nos EUA  Essa foi a segunda decisão para tentar dar mais liquidez ao mercado financeiro em menos de 10 dias. Em 24 de setembro, o BC mudou regras do mesmo depósito compulsório e liberou R$ 13,2 bilhões aos bancos. Naquela ocasião, a medida também favorecia as instituições de menor porte, principalmente. A decisão desta quinta deve favorecer a aquisição de carteiras de crédito de bancos pequenos pelas grandes instituições. Isso porque essas compras vão gerar abatimento no valor a ser recolhido na forma de depósito compulsório sobre os depósitos a prazo. O benefício só será dado quando a carteira adquirida for de um banco com patrimônio de até R$ 2,5 bilhões. Os bancos são obrigados a recolher 15% dos seus depósitos a prazo ao Banco Central na forma de títulos públicos. O BC agora autorizou que as instituições abatam deste volume as carteiras de crédito que venham a adquirir de outros bancos pequenos e médios. Os limites dos recolhimentos compulsórios no Brasil - recursos que os bancos são obrigados a retirar do sistema e deixar depositado no BC - estão entre os mais altos do mundo. Para os depósitos à vista, 45% dos recursos têm de ser recolhidos em espécie ao BC sem remuneração e há, ainda, um recolhimento adicional de 8%, com remuneração. Para os depósitos a prazo, além dos 15%recolhidos sob forma de títulos públicos, uma parcela adicional de 8% também é recolhida em espécie, com remuneração. Em nota, o BC afirmou que a medida objetivou "melhorar a distribuição de recursos no Sistema Financeiro Nacional, em função das restrições de liquidez que têm sido verificadas no ambiente internacional". A mudança no compulsório anunciada nesta quinta surte efeito a partir do período de cálculo do recolhimento compulsório de 29 de setembro a 3 de outubro de 2008, cujo ajuste ocorrerá em 10 de outubro de 2008. (com Reuters)

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