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BC revisa déficit e mantém previsão da balança comercial

Por Agencia Estado
Atualização:

O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, previu que o déficit em transações correntes do País deverá fechar o mês de junho em US$ 1,8 bilhão. Sobre o déficit registrado em maio, de US$ 1,832 bilhão, Altamir comentou que este resultado segue a trajetória de queda e melhora significativa iniciada no ano passado, refletindo o desempenho mais favorável da balança comercial e, também, da conta de serviços e rendas. O saldo da balança comercial estimado para o ano - US$ 5 bilhões - não foi modificado. Lopes informou que o déficit em transações correntes em 12 meses terminados em maio, de US$ 19,027 bilhões, foi o menor desde o registrado em setembro de 1996. Segundo ele, com a previsão de déficit de US$ 1,8 bilhão em junho, o déficit em transações correntes em 12 meses deverá ficar, neste mês, abaixo de US$ 19 bilhões, em torno de US$ 18,9 bilhões. A revisão da projeção do déficit em conta corrente, anunciada pelo Banco Central, reflete a redução dos gastos com transporte em função de queda no fluxo de comércio. Segundo Altamir Lopes, com a retração nas vendas, especialmente para a Argentina, e a substituição de importações, as despesas do País para transportar os produtos comercializados no exterior também caíram. O BC está projetando exportações totais, em 2002, de US$ 58,223 bilhões contra US$ 59,963 bilhões estimados anteriormente. Do lado das importações, a previsão é de US$ 53,223 bilhões ante US$ 54,963 bilhões projetados até então. "O fluxo de comércio só não cairá mais pela conquista de novos mercados", explicou Lopes. Segundo ele, a Argentina, que representava 9% da pauta de exportação brasileira atualmente responde por apenas 3%. O que tem ajudado a compensar isso é a abertura de novos mercados como o leste europeu. Do lado das importações, tem-se verificado uma aceleração no processo de substituição de produtos importados por outros fabricados no Brasil. "As exportações de manufaturados e a produção industrial estão crescendo enquanto as importações de produtos intermediários estão em queda. Isso é fruto de um processo de substituição de importações", avalia Lopes. BC revê rolagem da dívida As recentes turbulências do mercado financeiro brasileiro fizeram o Banco Central diminuir a projeção, para o ano, da taxa de rolagem da dívida externa privada de médio e longo prazo - exceto operações de comércio. O BC projeta agora uma taxa de rolagem de 65% dessa dívida, segundo informou Altamir Lopes. Esse nível é comparável ao registrado na crise da Ásia, em 1997. Em março passado, a estimativa era de uma taxa de rolagem em torno de 75%. Em 2001, essa taxa de rolagem chegou a ser superior a 100%. Na avaliação do chefe do Depec, essa redução reflete o momento atual de turbulência por conta do processo eleitoral. Em conseqüência, destacou ele, está sendo verificado um aumento dos fluxos de capital de curto prazo. O BC projeta agora um aumento de cerca de US$ 2 bilhões de capital de curto prazo no balanço de pagamento para esse ano. Isso porque, antes da crise, o BC projetava uma saída desse tipo de capital de US$ 566 milhões e, agora com a revisão do balanço de pagamentos, estima uma entrada de US$ 1,593 bilhão. Mesmo com o nervosismo do mercado em torno das eleições e a redução da taxa de rolagem, Altamir Lopes não espera uma retração dos investimentos estrangeiros diretos. O BC manteve a projeção de entrada de US$ 18 bilhões de investimentos estrangeiros diretos esse ano.

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