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BC sem medo de mexer nos juros

Sérgio Werlang, diretor do BC, diz que a decisão do Copom sobre os juros básicos no Brasil continua dependendo do cenário internacional. O executivo afirma que ainda é cedo para considerar um desaquecimento na economia dos Estados Unidos.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Central (BC) não tem nenhum medo de mexer nas taxas de juros básicas, seja para cima ou para baixo. A avaliação foi feita ontem por Sérgio Werlang, diretor de política econômica do BC. Ele não concorda que houve excesso de conservadorismo nas últimas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve os juros básicos em 18,5% ao ano. Werlang afirma que o Comitê prefere não reduzir os juros agora porque teme uma eventual piora da situação externa, especialmente na economia americana. Na avaliação do diretor, se o Copom reduz os juros e depois reverte a tendência, em função das taxas norte-americana, o mercado pode reagir de forma negativa. Ele classifica como "ainda frágeis" os sinais de desaceleração americana, que levaram o mercado à euforia nos últimos dias. "É um pouco cedo para garantir que a aterrisagem será mesmo suave", acrescentou. A próxima reunião do Copom acontece nos dias 19 e 20 de junho e, até lá, o BC continuará acompanhando com atenção os sinais do mercado externo e doméstico para tomar sua decisão sobre os juros básicos. A divulgação ontem da menor inflação medida pelo IPC da Fipe de janeiro a maio, desde o início do plano Real, é um fator bastante positivo. Juros altos comprometem crescimento do País O diretor do BC admitiu que a decisão de não baixar os juros acabará reduzindo um pouco o ritmo de crescimento da economia no curto prazo. No início do ano, Werlang chegou a prever expansão de cerca de 5% do PIB para 2000. Mas agora, com os juros no mesmo patamar, ele acha que poderá ser um número mais próximo de 4% ao ano. O mais importante, na opinião de Werlang, é que as metas de inflação estão sendo cumpridas com uma certa folga e que a política econômica está na direção certa. A meta de inflação para 2002 será divulgada em 30 de junho pelo Ministério da Fazenda. Mas a expectativa do diretor de política econômica do BC é que o número seja "igual ou menor que 4% ao ano".

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