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BC suporta turbulência por um ano, diz Fraga

Por Agencia Estado
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Diante de uma platéia de cerca de 100 banqueiros, administradores de grandes fundos e investidores profissionais reunidos nesta quarta-feira pelo Deutsche Bank, no Great Eastern Hotel, na City londrina, o presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, disse que o Brasil tem fôlego para suportar as atuais turbulências por pelo menos um ano e que se encontra preparado para entregar o País ao próximo governo senão numa situação boa, pelo menos administrável. O governo, disse, "não vai inventar nada", e os investidores podem ficar tranqüilos, pois não haverá surpresas. Fraga voltou a discorrer sobre os fundamentos da economia, teceu comentários sobre o processo eleitoral e ofereceu explicações sobre a atuação do BC. Esse foi o maior dos compromissos que Fraga teve em Londres. À noite, em caráter reservado, num jantar na embaixada brasileira, encontrou-se com presidentes ou diretores-executivos dos bancos Goldman Sachs, Dresdner Kleinwort, HSBC Holdings, Morgan Stanley Group, Merrill Lynch, Santander Central Hispano e editores do Financial Times e The Economist Intelligence Unit. O Banco Central, disse Fraga na palestra, pode intervir no mercado de câmbio. "Se o mercado secar, podemos intervir no mercado pronto (de dólar) para que as empresas privadas possam ter acesso aos dólares de que necessitam", disse Fraga, ao responder à pergunta de um jornalista sobre como o Brasil usaria suas reservas internacionais, inclusive os US$ 10 bilhões liberados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Em resposta à questão de um analista sobre a metodologia que seria usada para definir intervenções no mercado cambial, explicou que o BC atua quando há uma crise muito grande de liquidez, mas sem números ou valores pré-definidos. O presidente do BC disse que os fundamentos econômicos permitem que o País continue administrando spreads altos. "Podemos ter spreads assim até o fim do ano, e mesmo um próximo governo ainda poderá administrar spreads assim por um bom tempo." Fraga disse, no entanto, que espera uma queda nesses spreads. "Continuando o debate saudável no Brasil (sobre administração macroeconômica) e o País mantendo a responsabilidade fiscal, acredito que os spreads possam cair." Fraga ressaltou na palestra que o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, "se comprometeu com a responsabilidade fiscal e a inflação baixa". O presidente do BC disse estar convencido de que o FMI vai continuar apoiando o Brasil. Um dos analistas questionou Fraga, em face das cobranças que o Fundo tem feito à Argentina e à Turquia. "Eu não disse que o FMI apoiaria qualquer coisa, mas sim se continuarmos com políticas razoáveis", respondeu.

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