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BC tenta estabilizar um mercado tenso

Prevendo três semanas de muita instabilidade, com a campanha presidencial e vencimentos de títulos, o BC baixou medida com o intuito de coibir a especulação com o dólar. Mas o clima é tenso.

Por Agencia Estado
Atualização:

O resultado da eleição presidencial, que prorrogou a decisão para o segundo turno, trouxe algumas dificuldades e aumentou a tensão no mercado. Nesse mesmo período, há grandes volumes de títulos cambiais vencendo, o que garante nova rodada de especulações e muitas oscilações no mercado, especialmente com o dólar. O Banco Central (BC) baixou nova medida, tentando coibir a especulação pelas instituições financeiras. Depois do fechamento de ontem, o BC anunciou sua decisão de elevar de 50% para 75% a exigência de capital sobre a exposição líquida em câmbio das instituições financeiras. Isso significa que os bancos poderão negociar no mercado cambial com uma menor proporção de seus recursos. Além disso, aqueles que não estiverem dentro do novo limite estabelecido terão de vender a parcela excedente em cinco dias, ou realizar um aumento de capital correspondente, o que não é tão simples nesse prazo, dependendo do montante necessário. Ou seja, algumas instituições terão de vender dólares, e todas terão limites maiores para operar no câmbio, o que deve aliviar a pressão sobre as cotações. Para analistas, a medida também tenta prevenir a forte especulação prevista para o mês de outubro. No dia 17, vencem US$ 3,62 em títulos públicos e mais US$ 1,1 bilhão no dia 23, ambos durante a campanha presidencial. O BC já anunciou que a rolagem será parcial e, ainda que limitados pelas novas restrições, quem tem contratos corrigidos pela cotação do dólar especulará para que ela suba o máximo possível. Também espera-se a remessa de cerca de US$ 2 bilhões de empresas para honrar compromissos externos neste mês. Os investidores também permanecem atentos à campanha presidencial no segundo turno. O resultado das urnas no domingo não surpreendeu, apesar de alguma diferença em relação às últimas pesquisas de intenção de votos. Assim, a expectativa de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PL) não se modificou. E, dependendo das alianças em negociação e do debate mais intenso desta etapa, as apreensões do mercado sobre as políticas econômicas do petista podem até se intensificar. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,7350 nos últimos negócios do dia, em alta de 3,18% em relação às últimas operações de sexta-feira. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 20,450% ao ano, frente a 20,480% ao ano sexta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 4,28% em 8863 pontos e volume de negócios fraco, de R$ 268 milhões, o quarto menor do ano. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 1,40% (a 7422,8 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - caiu 1,80% (a 1119,40 pontos). O euro fechou a US$ 0,9834; uma alta de 0,41%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em baixa de 1,81% (403,38 pontos). O dólar oficial foi negociado a $ 3,71 pesos. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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