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BC tenta reduzir custos administrativos dos bancos

Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Central pretende adotar uma série de medidas para reduzir os custos administrativos das instituições financeiras e promover redução nos spreds. A afirmação é do diretor de Normas do BC, Sérgio Darcy, que participa de evento organizado pela Febraban e falou à Agência Estado. Segundo ele, o BC pretende diminuir o número de documentos que as instituições financeiras enviam para a área de fiscalização da instituição. "Queremos diminuir os custos de observância", disse. Ele acrescentou que o BC está realizando pesquisas internacionais para avaliar formas diferentes de transporte de dinheiro. Atualmente, os bancos brasileiros são obrigados a remeter as sobras de dinheiro para o BC diariamente, o que gera um custo de transporte que impacta nas despesas administrativas das instituições. O presidente do Unibanco, Joaquim Castro Neto, defende a criação de contas de custódia em cada instituição para evitar esse custo de transporte de dinheiro. Darcy disse que os estudos em outros países estão em andamento e que a diretoria ainda não tem conclusão sobre o assunto. Outro ponto que está em discussão é a exigência atual de que as instituições financeiras mantenham dois seguranças em cada agência, mesmo em pequenas cidades do interior, com nível de violência baixo. Segundo Darcy essa questão depende de lei e os bancos têm de convencer a sociedade sobre essa mudança. Agências bancárias especializadas Sérgio Darcy disse também que o BC estuda autorizar as instituições financeiras a criar agências especializadas. O projeto é que o cliente vá até essas agências para tratar de assuntos específicos, como por exemplo, fundos de investimentos ou concessão de crédito. Ele fez a afirmação devido à preocupação de dirigentes de bancos com a necessidade de atendimento de não clientes que geram custos administrativos. O presidente do Unibanco Varejo, Joaquim Castro Neto, disse que os bancos brasileiros viraram coletorias (locais para recebimento de impostos e tarifas de concessionárias públicas) e que 35% do movimento das instituições é feito por não clientes. O diretor de normas do Banco Central, Sérgio Darcy, comentou que a população já se acostumou a ir aos bancos para pagar contas, mas que há uma tendência de redução de fluxo nas agências com a disseminação dos correspondentes bancários (supermercados, mercearias, correios, lotéricas, entre outros). Darcy afirma que se for prestado um bom serviço, quem vai à agência só para pagar contas, pode vir a tornar-se cliente. Ele disse que é importante que o banco tenha uma remuneração pelo serviço.

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