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BC vê cenário mais favorável com melhora dos índices de confiança

Segundo o Boletim Regional do BC, a melhora na confiança é favorecida pelos efeitos positivos do ajuste macroeconômico em curso

Por Álvaro Campos
Atualização:

CURITIBA - O Banco Central (BC) revelou nesta sexta-feira, 5, uma avaliação mais positiva em relação à economia brasileira em seu Boletim Regional. O documento afirma que o País se manteve em recessão no primeiro semestre deste ano, mas que nos meses mais recentes os impactos negativos desse cenário sobre os gastos com investimentos e consumo apresentaram relativa acomodação, evidenciada na evolução dos principais indicadores econômicos. 

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"No mesmo sentido, o desempenho dos índices de confiança de consumidores e empresários registraram recuperação importante no trimestre encerrado em maio - disseminada nas cinco regiões geográficas - que sugerem perspectivas mais favoráveis para a economia do País nos próximos trimestres", aponta o documento.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse que os sinais de melhora na atividade econômica brasileiro ainda "são incipientes para se falar em retomada, mas mostram uma boa sinalização". 

Banco Central (BC) revelou uma avaliação mais positiva em relação à economia brasileira em seu Boletim Regional Foto: André Dusek/Estadão

Segundo o BC, a melhora na confiança é favorecida pelos efeitos positivos do ajuste macroeconômico em curso e pela menor influência de eventos não econômicos, recorrentes nos últimos dois anos. Nesse contexto, o índice de atividade econômica do BC (IBC-BR) recuou 1,0% na margem no trimestre encerrado em maio, retração significativamente inferior à registrada em trimestres anteriores, considerados dados dessazonalizados. 

O BC aponta que o comércio ampliado caiu 2,1% no trimestre encerrado em maio, de -1,7% no trimestre até fevereiro. Já em serviços houve queda de 1,0%. O mercado de crédito tem refletido a moderação observada na atividade econômica. Nesse sentido, o estoque das operações de crédito superiores a R$ 1 mil realizadas no País atingiu R$ 3,1 bilhões em maio, variando -1,0% no trimestre (de -1,8% no trimestre anterior) e 2,4% em doze meses. A inadimplência dessas operações de crédito atingiu 3,6% no País, em maio, com variações de 0,2 ponto porcentual no trimestre e de 0,7 p.p. em doze meses.   A evolução do mercado de trabalho também segue influenciada pelo menor dinamismo da atividade econômica nos últimos trimestres. Nesse contexto, foram eliminados 254,2 mil postos de trabalho formais no País no trimestre encerrado em maio, ante -800,5 mil no finalizado em fevereiro e -194,1 mil em igual período de 2015, de acordo com o Caged. "O arrefecimento na eliminação de empregos formais na margem sugere perspectivas de acomodação nesse mercado, compatível com a melhora observada nos indicadores de confiança dos empresários", diz o Boletim Regional.   Já a produção da indústria caiu 0,2% no trimestre até maio, de -2,8% no trimestre até fevereiro. Segundo o BC, além da melhora na confiança, o setor tem sido ajudado pela continuidade da contribuição positiva do componente externo da demanda agregada.   "A análise da conjuntura recente sugere perspectivas de arrefecimento na retração da economia. Nesse contexto, destacaram-se os desdobramentos positivos do maior dinamismo do setor externo e da melhora nos índices de confiança dos agentes econômicos sobre o desempenho da indústria, contrastando com a trajetória de indicadores relacionados ao comércio e ao setor de serviços, que repercutem o ajuste mais lento nos mercados de trabalho e de crédito", resume o Boletim. 

Regiões. O PIB da região Sudeste subiu 0,4% no trimestre até maio, ante os três meses finalizados em fevereiro, quando havia recuado 2,0% na mesma base de comparação. Para o BC, a trajetória de retração da atividade no Sudeste apresentou sinais de acomodação, apesar do cenário de distensão do mercado de trabalho, contração da renda e acomodação das operações de crédito.

No Sul, o PIB subiu 1,6% no trimestre até maio, ante os três meses finalizados em fevereiro. O PIB da região Nordeste caiu 0,4% no trimestre até maio, ante os três meses finalizados em fevereiro. Segundo o BC, a atividade econômica na região manteve-se em retração nos cinco primeiros meses de 2016, impactada pela crise de confiança dos agentes econômicos e pelos resultados desfavoráveis na agropecuária, notadamente soja, que foi afetada pela seca.

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O PIB da região Centro-Oeste caiu 1,2% no trimestre até maio, ante os três meses finalizados em fevereiro, quando havia crescido 0,1%. Na região Norte, o PIB subiu 1,1% no trimestre até maio.

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