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BC vê chance alta de recessão em países desenvolvidos

Por FERNANDO NAKAGAWA E ADRIANA FERNANDES
Atualização:

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, afirmou hoje que existe "possibilidade elevada de que ocorra recessão em economias maduras". A afirmação foi feita hoje, durante a entrevista à imprensa após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação do BC. "No âmbito externo, o nosso cenário contempla substancial redução no ritmo da atividade econômica global", afirmou. Araújo repetiu a avaliação de que o baixo crescimento da economia global deve se estender "por um período mais prolongado que o previsto no ultimo relatório". Uma das consequências desse menor ritmo da economia global é observada sobre a dinâmica de preços das commodities (matérias-primas).Ele citou como exemplo o Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br), que registrou no ano passado aumento de 35,4% e, em 2011, conforme dados preliminares, a elevação acumula patamar entre 5% e 6% até setembro, já com o efeito da depreciação cambial. "O que mostra uma dinâmica relativamente benigna dos preços das commodities". O diretor destacou logo no início da entrevista que o BC tem tratado da inflação e da perspectiva de "desinflação" - ou seja, inflação menor que a observada no passado. Segundo ele, o conceito é diferente de "deflação" - que mostra contração dos preços.O diretor de política econômica do Banco Central ressaltou que o cenário de trabalho da instituição contempla moderação da atividade doméstica, com ritmo menos intenso que o observado no primeiro semestre. "O que torna o balanço de riscos para a inflação mais favorável", acrescentou.Entre os fatores que tornam o ambiente mais favorável, Araújo destaca que "emergiram sinais de moderação" no mercado de trabalho. Citou ainda recuo no uso da capacidade instalada da economia e também redução do descompasso entre a demanda e a oferta. "Sobre a inflação ao produtor, temos observado alguma moderação", completou.

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