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Economia e outras histórias

BC vê contração na economia, mas endurece nos juros

Por José Paulo Kupfer
Atualização:

Poucas vezes uma ata de reunião do Copom foi tão explícita quanto a do encontro da semana passada. Em diversos parágrafos é possível pinçar indicações de que, para o Banco Central, o ciclo de alta nas taxas de juros ainda não terminou. Não foi difícil para os analistas, portanto, concluir que, no começo de junho, a taxa básica ainda terá nova elevação. Ficou em aberto a possibilidade de que essa alta seja de 0,25 ponto, o que levaria os juros a 13,5% ao ano, ou se o aumento seria de 0,5 ponto, com a taxa indo a 13,75% anuais. Nas avaliações de momento, as apostas majoritárias apontam para a primeira hipótese. Mas, como a própria ata dá a entender, dependendo da evolução dos indicadores - sobretudo o nível de atividades, avaliações sobre os juros nos Estados Unidos e a consequente marcha da cotação do dólar -, a puxada nos juros, em junho, poderá ser mais forte. A chave para a formação da convicção de que ainda haverá uma alta de juros este ano vem da indicação de que, para o Copom, os avanços no combate à inflação ainda não se mostram "suficientes". Por isso, o comitê reafirmou na ata, em duas oportunidades, que a política monetária deve ser manter "vigilante". Existe consenso de que o ciclo de altas se encerrará em junho, com a manutenção dos juros estacionados até o fim do ano ou início de 2016, quando deverá ter início um ciclo de cortes. A ata reforça essa impressão com uma série de comentários sobre moderações no crédito, mercado de trabalho e no consumo das famílias. Mensagem relevante, nesse sentido, vem da afirmação segundo a qual "o ritmo de expansão da atividade doméstica este ano será inferior ao potencial" - ou seja, haverá, com a contração da economia, menos espaço para pressões sobre a inflação. A convergência para o centro da meta, contudo, ficará agora, de acordo com a ata, só para fins de 2016.

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