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BC vê inflação acima do centro da meta, cita demanda

Por VANESSA STELZER
Atualização:

A inflação brasileira deve superar ligeiramente o centro da meta neste ano, previu o Banco Central em seu Relatório de Inflação do primeiro trimestre, notando pressões de demanda. O prognóstico para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2008 passou para 4,6 por cento, segundo o documento divulgado nesta quinta-feira, ante estimativa anterior, feita no quarto trimestre do ano passado, de 4,3 por cento. O número supera o centro da meta de inflação perseguido pelo governo, de 4,5 por cento. A meta tem tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. O BC notou que a aceleração da inflação no começo deste ano deveu-se sobretudo a pressões sazonais, como educação e alimentos in natura, mas ressaltou preocupações sobre os movimentos futuros dos preços. "As elevações nos índices de difusão, nas diferentes medidas de núcleos e nos indicadores dos preços por atacado de produtos industriais sugerem movimento mais dissemninado, ao menos em parte decorrente de pressões de demanda, nas altas de preços", afirmou o relatório. A inflação deve desacelerar ligeiramente no ano que vem, para 4,4 por cento. Essa estimativa também foi revista em relação ao relatório anterior, que era de 4,2 por cento. As previsões do BC são baseadas em um cenário de referência que estima câmbio a 1,70 dólar e Selic a 11,25 por cento. Os números esperados pelo BC estão acima dos do mercado, que projeta, segundo relatório Focus de segunda-feira, uma inflação de 4,44 por cento neste ano e de 4,30 por cento em 2009. CRESCIMENTO O BC projeta que a economia do país cresça 4,8 por cento neste ano, taxa revisada para cima em relação à previsão anterior de 4,5 por cento. "(Essa expansão prevista é) consistente com os resultados divulgados para 2007, especialmente no que se refere ao comportamento da economia no último trimestre do ano, e com as perspectivas, fundamentadas na evolução recente de indicadores antecedentes e coincidentes, quanto à continuidade do ciclo de crescimento da economia brasileira no decorrer do ano", disse o BC. Entre os componentes do Produto Interno Bruto (PIB), o prognóstico do BC para a expansão da agropecuária é de 4,9 por cento neste ano. Para a indústria, a estimativa é de alta de 5,2 por cento --com destaque para a força do setor extrativo-- e para o segmento de serviços é de avanço de 4,4 por cento. As três estimativas foram elevadas em relação ao relatório anterior.

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