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BCE eleva compra de bônus; China alerta contra crise

Por KRISTA HUGHES E PAUL DAY
Atualização:

O Banco Central Europeu (BCE) revelou nesta segunda-feira que aumentou as compras de títulos de governos da zona do euro, enquanto a Espanha assegurou investidores que reformará seu rígido mercado de trabalho mesmo se empregados e sindicatos não concordarem. O BCE começou a comprar principalmente bônus gregos, portugueses e espanhóis em 3 de maio, em uma ação definida para ajudar a estabilizar a zona do euro e respaldar um pacote emergencial de 1 trilhão de dólares acertado pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O banco central informou em comunicado 35 bilhões de euros em compra de títulos até 28 de maio, acima dos 26,5 bilhões de euros na semana anterior. O BC europeu não detalhou a nacionalidade dos bônus, mas autoridades do banco têm dito que a origem das aquisições é em sua maioria de países do sul europeu, mais duramente abatidos pela turbulência do mercado financeiro. O membro do conselho de do BCE Axel Weber, presidente do poderoso Bundesbank, o BC alemão, pediu rígidos limites para o programa de compra de títulos e disse que as medidas extraordinárias para aliviar a crise de crédito na zona do euro pôem em risco a estabilidade de preços. A Espanha, quarta maior economia da zona do euro, teve sua nota de crédito rebaixada em um degrau pela agência de risco Fitch Ratings, de "AAA", nível máximo, para "AA+" na sexta-feira, após um programa de austeridade de 15 bilhões de euros que foi aprovado no Parlamento por apenas um voto de diferença. REFORMA TRABALHISTA NA ESPANHA A ministra da Economia espanhola, Elena Salgado, disse em uma conferência em Madri que o governo quer aprovar até o final de junho uma amplamente antecipada reforma do mercado de trabalho com ou sem o consenso dos representantes de sindicatos e empresas. O governo socialista ampliou o prazo para um acordo em uma semana a partir desta segunda-feira. Sindicatos ameaçaram iniciar uma greve caso o governo imponha a reforma por um decreto real, medida que colocaria os socialistas em confronto com seus tradicionais aliados no mercado de trabalho organizado. Num sinal da contínua preocupação internacional sobre o impacto dos problemas europeus, a China alertou que a dificuldade da Europa de conter a crescente dívida coloca em risco o crescimento econômico global, aumentando os prognósticos de uma recaída na recessão. O premiê chinês, Wen Jiabao, falando a líderes empresariais em visita oficial ao Japão, emitiu seus alertas um dia após a França admitir que terá dificuldades para manter seu rating. "Alguns países vivenciaram crises de dívida soberana, por exemplo, a Grécia. Esse tipo de fenômeno acabou? Agora parece que não é tão simples e nós precisamos avaliar completamente as dificuldades", considerou Wen. "A crise de dívida soberana em alguns países europeus pode minar a recuperação econômica da Europa." Ele acrescentou que é cedo demais para retirar os estímulos adotados durante a crise financeira entre 2007 e 2009. Os governos em todo o mundo acumularam dívidas recordes durante o esforço equivalente a 5 trilhões de dólares para tirar a economia da mais profunda recessão desde a Grande Depressão e agora enfrentam uma difícil tarefa: como reduzir a dívida sem prejudicar o crescimento.

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