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Bear Stearns registra seu 1º prejuízo

Perdas do banco de US$ 854 milhões no quarto trimestre fiscal deveram-se à crise das hipotecas de alto risco nos EUA

Por Nova York
Atualização:

O banco de investimentos americano Bear Stearns anunciou ontem o primeiro prejuízo de sua história, com perdas de US$ 854 milhões (o equivalente a US$ 6,90 por ação) no quarto trimestre fiscal, encerrado em 30 de novembro. Em igual período do ano anterior, o banco havia apresentado lucro de US$ 563 milhões. Nas mesmas bases de comparação, a receita líquida da instituição passou de US$ 2,4 bilhões para uma perda de US$ 379 milhões. O desempenho foi bem pior do que o esperado pelos analistas do mercado financeiro, que previam, em média, perdas próximas de US$ 1,79 por ação. Em comunicado, o grupo afirma que as perdas refletem baixa contábil de US$ 1,9 bilhão relacionada ao mercado de hipotecas de alto risco nos EUA (subprime) - o que, sozinho, representou uma redução de US$ 8,21 por ação em seus ganhos. Segundo o Bear Stearns, os membros do conselho de executivos não vão receber bônus referente ao ano de 2007. "Estamos obviamente decepcionados com os resultados de 2007, em particular pelo fato de que o enfraquecimento no setor de renda fixa se sobrepôs à forte performance de outras divisões de negócios", disse, em comunicado, James Cayne, executivo-chefe (CEO) da instituição. PERDA DE ESPAÇO Uma reportagem veiculada no site do jornal britânico Financial Times revelou ontem que a participação de mercado do banco do Bear Stearns no negócio de corretagem de primeira linha caiu acentuadamente durante a crise de crédito. Segundo o FT.com, o banco provavelmente abordará o assunto após a divulgação de seu balanço. De acordo com o diário britânico, a corretagem de primeira linha, que abrange intermediação, empréstimos e outros serviços bem remunerados para clientes de fundos de alto risco, é uma atividade crítica para o Bear, que tem sido um dos três maiores dessa indústria, atrás do Goldman Sachs e do Morgan Stanley. Segundo uma análise do setor, o Goldman e o Morgan produzem, cada um, US$ 2 bilhões por ano em receitas com a corretagem de primeira linha, ou 40% do total da área. AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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