A situação do setor elétrico no Brasil melhorou de um sistema de regulamentação inexistente para um que é razoável, porém não tão atraente como o de outros países latino-americanos, disse Rowe Michels, analista do Bear Sterns. "A regulamentação do setor brasileiro ainda é muita vaga e imprevisível, no que se refere à fixação de tarifas, por exemplo", afirmou. Até agora a privatização do setor elétrico brasileiro tem andado muito devagar e boa parte disso é em razão do ambiente regulatório. Ainda há muita intervenção por parte do governo no setor elétrico brasileiro, mas a situação ainda é melhor do que no setor elétrico da Venezuela e de maior parte da Ásia, porém muito atrás de países como Chile, Peru, Argentina e Colômbia, de acordo com o analista. Para as empresas norte-americanas que querem investir ou já têm interesses no Brasil, o risco de intervenção do governo em assuntos do setor é o que mais preocupa. Michels acha que a definição do modelo de privatização de de Furnas, através da pulverização do capital foi uma solução viável politicamente. Talvez não fosse a solução esperada por empresas como AES ou Southern Company, mas para o investidor institucional (fundos de investimentos, por exemplo), o ambiente ainda é de expectativa em relação ao comportamento do governo brasileiro. Segundo Michels, a atratividade do modelo de pulverização do capital vai depender de como a companhia será estruturada em questões importantes como a definição de poderes especiais do governo sobre a empresa após a venda, o acordo de acionistas, a política de pagamento de dividendos, a composição da diretoria etc. "O problema é que nada disso foi definido ainda. No geral, o investidor estrangeiro não quer ver o governo continuar controlando Furnas", disse.