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Bebidas prontas seduzem jovem consumidor

O universitário André Antunes Corsini, de 22 anos, adora baladas noturnas e não dispensa as bebidas prontas para beber como Smirnoff Ice, Mike´s e First One, ou energéticos como Red Bull.

Por Agencia Estado
Atualização:

O universitário André Antunes Corsini, de 22 anos, adora baladas noturnas e não dispensa as bebidas prontas para beber como Smirnoff Ice, Mike´s e First One, ou energéticos como Red Bull, Flash Power e Atomic. "É mais prático, especialmente para quem está dançando ou se movimentando." Figura constante nas colunas sociais paulistanas, Corsini é um exemplo do alvo dos principais fabricantes de bebidas no Brasil e no mundo: jovens de 18 a 25 anos, que estão começando a consumir produtos alcoólicos. Em comum, essa categoria que os fabricantes chamam de "ready to drink", usa garrafas "long neck" de vidro; tem gradação alcóolica baixa, no máximo de 15%; e é uma tentativa de revigorar o consumo de uísque, vodca, rum e até cachaça. Nessa disputa por espaço no mercado de bebidas alcóolicas, que gira mais de R$ 20 bilhões por ano no País e onde a liderança absoluta é da cerveja, vale tudo. Até misturas que deixariam de cabelo em pé admiradores do legítimo e escocês uísque que, quanto mais velho melhor e com menor teor de açúcar . É o caso do TG, o uísque Teachers com guaraná, exatamente como cantava Elis Regina no compasso do dois pra lá, dois pra cá. No início do próximo mês, a primeira leva do TG, no qual a Allied Domecq está investindo R$ 2 milhões, chega aos mercados de São Paulo e Recife, alvo da estratégia que segue os passos do concorrente Johnnie Walker One. Foi nesses dois mercados que a gigante mundial Diageo lançou no mês passado o "ready to drink" que leva a assinatura Johnnie Walker. A mistura, no entanto, é menos ortodoxa do que a do TB: uísque com uma seleção de aromas e água gaseificada, tudo isso com gradação alcóolica de modestos 5%. A empresa usou o Brasil como plataforma do lançamento que está consumindo investimentos de R$ 24 milhões e que chegará à Europa no fim do ano. "O Brasil, um dos mercados-chave para a companhia, foi escolhido como benchmark deste projeto", diz o gerente de Marketing da Diageo, Pedro Mendonça. Segundo ele, ao longo de 2001 e no início deste ano, foram realizadas pesquisas em São Paulo e Recife com apreciadores fiéis da marca Johnnie Walker e com consumidores jovens. "Todos os resultados apontaram para uma demanda não atendida por bebida pronta para beber de marca." O que move, no entanto, a Diageo é o crescimento de 400% do mercado de bebidas prontas para beber, desde o lançamento na Inglaterra, em 1999, da Smirnoff Ice. Um sucesso que chegou ao País há um ano e meio e registrou vendas de 30 milhões de garrafas de 275 ml em um ano. Para o gerente de marcas da Diageo no Brasil, Walter Celli Junior, "esse ainda é um mercado em forte expansão". Ele sequer se importa com a concorrência de produtos nacionais, como o First One, das Indústrias Reunidas de Bebidas Tatuzinho. "É interessante porque o mercado se amplia e nossa marca, pela qualidade do produto, vai conquistando novos consumidores." O preço mais baixo do que um drinque tradicional é outro atrativo, especialmente para o público jovem. Tanto que no embalo das vendas de Smirnoff Ice, a Diageo inicia esta semana uma ofensiva da vodca Smirnoff, a legítima que pode virar caipivodca ou hi-fi. A campanha criada pela agência de publicidade J. W. Thompson, que consumirá R$ 4 milhões no Páis, aproveita o sopro rejuvenescedor de Smirnoff Ice. Um tenor dá um salto, no melhor estilo roqueiro, ao ver uma garrafa da vodca. "A intenção é mostrar a sensação de liberdade e descontração que Smirnoff proporciona", diz o gerente de Marketing da marca, Eduardo Bendzius. A Diageo não esconde a força que Smirnoff Ice está dando às vendas e está alerta para a invasão do mercado por concorrentes, como Pitu-Cola, Caipirinha Velho Barreiro e Mikes. Só que começa também a preservar as bebidas e drinques originais. Afinal, inovações devem ser oferecidas e bebidas com moderação e responsabilidade.

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