
15 de abril de 2016 | 18h13
BRASÍLIA - A concessionária Norte Energia, dona da hidrelétrica de Belo Monte, foi multada pelo Ibama em mais R$ 27,3 milhões, por conta da morte de 16,2 toneladas de peixes durante o processo de enchimento de seu reservatório. Além de ser responsável pelo crime ambiental, a empresa também foi punida por apresentar "informações parcialmente falsas" sobre a contratação de trabalhadores para resgate dos peixes. Essa nova multa soma-se a outras duas punições que a empresa já havia recebido no início de fevereiro por conta da morte dos peixes, no valor de R$ 8 milhões. A infração total, portanto, alcança R$ 35,3 milhões.
A multa de R$ 27,3 milhões anunciada hoje é a maior aplicada até agora pelo órgão ambiental contra a Norte Energia. A concessionária, segundo o Ibama, descumpriu condicionantes ambientais que estavam previstas na licença de operação da hidrelétrica.
Altamira enfrenta a ressaca de Belo Monte
Um parecer da coordenação de fiscalização do Ibama apontou que não foram observadas determinações do Plano Básico Ambiental (PBA) da usina, para assegurar o salvamento dos peixes que ficaram aprisionados em bolsões d'água após a redução da vazão do rio Xingu. Os problemas ocorreram entre 27 de novembro do ano passado e 25 de fevereiro deste ano, na etapa de enchimento da barragem da usina.
"O Ibama atuou para identificar as causas e determinou a adoção de medidas de mitigação para sanar o problema. A mortandade ocorreu em razão das condições de operação dos vertedouros e do canal de derivação, que causaram turbilhonamento excessivo da água", declarou o órgão.
A escassez de peixes na região de Altamira e Vitória do Xingu, os dois municípios paraenses mais atingidos pela obra, passou a ser uma crítica frequente de ribeirinhos, índios e demais pescadores que vivem na região, apesar de a Norte Energia sustentar que não houve diminuição no volume de pescados.
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