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Berlusconi diz que sua saída pode prejudicar títulos do país

Lembrando que agências de classificação de risco aumentaram sua atenção em relação à dívida soberana da Itália, primeiro-ministro da Itália disse que agora não é hora de uma crise política

Por Priscila Arone e da Agência Estado
Atualização:

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, advertiu que os mercados de títulos poderiam "punir" o país se seu governo cair, levando a enormes cortes no setor de saúde e outros serviços públicos.

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Lembrando que agências de classificação de risco de crédito aumentaram sua atenção em relação à dívida soberana da Itália, Berlusconi disse que "agora não é hora de uma crise política".

A declaração foi feita ao Senado italiano, antes do voto de confiança sobre um projeto de crescimento econômico que havia sido aprovado mais cedo pela câmara baixa do Parlamento, onde a maioria de Berlusconi é mais frágil. Foi o 44º voto de confiança do atual governo, iniciado em 2008.

Berlusconi afirma que sua administração deve durar até 2013, dizendo que "não há alternativa" a seu governo, mas - referindo-se ao "legado" que ele espera deixar - levantou a possibilidade de não concorrer nas próximas eleições gerais.

Ele também disse que seu governo deveria conseguir realizar importantes reformas estruturais, lamentando o baixo crescimento econômico do país e o que chamou de "os mais altos impostos do mundo ocidental".

O primeiro-ministro prometeu que o imposto de renda italiano será reformulado antes das férias de verão (no hemisfério norte), com redução das atuais cinco categorias para apenas três. "Haverá categorias menores e mais baixas", disse ele.

Berlusconi também disse que vai ordenar ao comitê interministerial, encarregado de supervisionar projetos de infraestrutura pública, que se reúna todo mês para acelerar os projetos remanescentes.

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Ele disse que são "grotescas" as reportagens sobre as crescentes cisões em seu governo a respeito da política fiscal, afirmando que todos os membros de seu gabinete concordam que os "custos da crise atual não serão passados às futuras gerações". "Não iremos aumentar o déficit orçamentário por qualquer razão", afirmou.

A Itália projeta um déficit orçamentário de cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, mas prometeu equilibrar seu orçamento até 2014. Para isso, o governo deve indicar, no próximo mês, em seu plano fiscal de três anos, onde pretende alocar € 40 bilhões em economias orçamentárias que serão executadas em 2013 e 2014.

Como resultado desses limites fiscais, qualquer corte no imposto de renda terá de ser compensado por maiores cortes nos gastos públicos ou novos impostos, como um aumento no imposto sobre o valor agregado ou sobre vendas.

Na última sexta-feira, a Moody's Investor Services informou que estuda rebaixar a classificação do crédito soberano da Itália, citando yields de mercado mais altos para governos periféricos da zona do euro e um recente referendo que limita o uso de capital privado em investimentos de infraestrutura no setor de água. As informações são da Dow Jones.

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