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Bernanke defende sua reputação e busca segundo mandato

Por MARK FELSENTHAL E PEDRO DA COSTA
Atualização:

O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, justificando sua indicação a um segundo mandato, defendeu sua reputação nesta quinta-feira diante de um Senado com tom cético que criticou o banco central norte-americano por não conseguir evitar a crise financeira. O dirigente do Fed, cujas expectativas de ganhar o apoio do Senado são grandes, disse que as agressivas medidas do banco central dos EUA para combater a crise financeira têm sido essenciais para prevenir uma queda ainda mais severa na atividade econômica. "Desempenhamos um papel central nos esforços para abrandar o tumulto financeiro", afirmou Bernanke ao Comitê Bancário do Senado. "As consequências poderiam ter sido notavelmente piores." Bernanke enfrentou perguntas pontuais, às vezes irritadas dos senadores, muitos dos quais acusaram o Fed de falhas de regulação que dizem ter preparado o terreno para o colapso econômico sofrido pelos mercados no ano passado. Ainda assim, vários deles expressaram apoio à sua nomeação e o parabenizaram por agir decisivamente no combate à crise. O chairman do Fed, cujo mandato de quatro anos acaba no fim de janeiro, admitiu algumas falhas do banco central, mas ponderou que a função de supervisão que o Fed possui foi decisiva para a capacidade do banco de garantir estabilidade financeira. "Precisamos ter capacidade, informação e autoridade associadas com um supervisor bancário", disse a parlamentares o ex-professor de economia da Universidade de Princeton, quem considera tirar do Fed o poder de banco regulador. A crise abriu um fértil caminho para difíceis questionamentos tanto de democratas quanto de republicanos do comitê, que precisa aprovar a nomeação antes que possa ser considerada por todo o Senado. O mais importante republicano do painel, Richard Shelby, do Estado do Alabama, perguntou por que o Fed gastou tão pouco tempo discutindo regulação em seus encontros periódicos sobre política monetária. "Seria justo dizer que antes da crise, nos últimos dois anos, pouco tempo foi gasto com supervisão regulatória?", perguntou Shelby. Apesar das perguntas agressivas, vários senadores elogiaram as táticas de Bernanke ao combater a crise financeira global, a pior em décadas. O chairman do Fed respondeu às perguntas calmamente. Sob o comando de Bernanke, o Fed cortou o juro básico norte-americano para próximo de zero e injetou mais de 1 trilhão de dólares no sistema financeiro. Mesmo assim, a economia tem sofrido a recessão mais profunda desde a Grande Depressão, ao mesmo tempo em que a taxa de desemprego atingiu 10,2 por cento, maior nível em 26 anos e meio. (Colaboraram Kevin Drawbaugh em Washington e Steven C. Johnson em Nova York)

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