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Bernardo: desejamos que Petrobras capte no exterior

Por Adriana Chiarini
Atualização:

O governo deseja que a Petrobras faça mais captações no exterior, além da de US$ 1,5 bilhão da semana passada, para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) empreste mais para outros setores, mas considera prioritário garantir os recursos para a companhia de petróleo, informou hoje o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em entrevista coletiva à imprensa após cerimônia na sede do banco estatal. "Nós gostaríamos que a Petrobras centrasse mais as captações no exterior, porque isso aliviaria a demanda sobre o BNDES e ele poderia operar com mais facilidade em outros setores", disse o ministro. Bernardo respondia a pergunta sobre a crítica do diretor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, Luiz Guilherme Schymura, feita em entrevista à Agência Estado, de que se o banco alocar muitos recursos para o setor de petróleo pode faltar para outros setores. O ministro contou que o assunto foi mencionado na reunião de hoje do Conselho de Administração do BNDES pelo presidente da instituição, Luciano Coutinho. "Temos a expectativa de que se abra novamente o mercado de captação internacional para a Petrobras poder trabalhar com eles (recursos internacionais), afirmou. "Mas se ela não conseguir recursos no exterior, vamos resolver por aqui mesmo", declarou. O BNDES se comprometeu a emprestar até US$ 21,9 bilhões, cerca de R$ 50 bilhões, para a Petrobras este ano e no próximo, se a empresa precisar. O ministro lembrou que o BNDES recebeu uma linha de crédito de R$ 100 bilhões do Tesouro Nacional e, baseado nisso, acredita que o banco não terá problemas. "Ele (BNDES) tem aproximadamente R$ 160 bilhões e a previsão que tinha para operar este ano era R$ 120 bilhões", disse. Integrante do Conselho Monetário Nacional (CMN), o ministro admitiu que a exceção dada à Petrobras e ao BNDES durante a crise que permite ao banco emprestar mais de 25% de seu patrimônio de referência a um grupo econômico "do ponto de vista conceitual é um precedente". Todos os outros bancos e o próprio BNDES, em crédito para outras empresas, seguem um limite máximo para crédito por grupo econômico com base no patrimônio de referência. Porém, o ministro ressaltou que "não quer dizer que vamos aprovar para outros casos" e, nesse sentido, considera que não há precedente. "A Petrobras é um caso diferenciado", afirmou. O ministro justificou que a companhia de petróleo tem uma grande cadeia de fornecedores "de 100 mil ou 150 mil" empresas. "Temos - não o governo, o Brasil - necessidade de que a Petrobras mantenha seus investimentos", afirmou. Assim como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, Bernardo disse desconhecer um plano para capitalizar o Banco do Brasil. Bernardo também comentou notícias publicadas em um jornal de que uma carteira do BNDES foi vendida para o HSBC por um valor abaixo do total de créditos na gestão anterior no banco estatal. De acordo com o ministro, "era uma carteira antiga do Bamerindus (banco que foi vendido em parte para o HSBC e teve outra parte liquidada)". Segundo Bernardo, "o BNDES tinha créditos que tinha que ficar operando e trabalhando e contratou uma empresa, no caso, o HSBC, para fazer essa cobrança. Não vejo grandes problemas nisso", afirmou. Ele acrescentou que Coutinho está pronto a dar esclarecimentos adicionais sobre isso se for necessário. Habitação O programa de habitação, com medidas de estímulo à construção civil e contra a crise, que o governo está preparando, deve ser anunciado no início do mês que vem, acredita Paulo Bernardo. Ele contou que estão prontas as modificações que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha pedido no programa na última reunião sobre o assunto. As medidas serão apresentadas novamente ao presidente Lula para sua aprovação e o anúncio será feito posteriormente.

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