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Bernardo diz que Lula pediu mais detalhes sobre combustíveis

Ministro do Planejamento, no entanto, não quis revelar porcentuais de reajuste discutidos em reunião na terça

Por Renata Veríssimo e da Agência Estado
Atualização:

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou na manhã desta quarta-feira, 30, que o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, apresentou na terça, em reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, números nacionais e internacionais sobre o preço dos combustíveis, mas nenhuma decisão sobre reajuste dos combustíveis no Brasil foi tomada. Bernardo contou que o presidente Lula pediu mais detalhes a Petrobras. "Tem um impacto. Então, é importante que nós tenhamos informações sobre as conseqüências disso", afirmou o ministro, que participou de uma reunião no Palácio do Itamaraty. Veja também: BC destaca risco de inflação e pode continuar a subir juros Opep diz que preço do petróleo pode chegar a US$ 200 Especialista da Fipe comenta aceleração da inflação  Preço do petróleo em alta  Entenda os principais índices de inflação    O ministro afirmou que a idéia é que não se pode postergar uma decisão sobre o assunto, seja para um lado ou seja para outro. Ele, no entanto, não quis revelar os porcentuais de reajuste discutidos. "Não vou entrar nesses detalhes", disse. O presidente Lula já admitiu que o preço da gasolina está defasado, pois o combustível não é reajustado há 31 meses. Segundo assessores próximos ao presidente, ele está convencido de que o aumento do preço da gasolina é inevitável. No Palácio do Planalto, assessores do presidente lembraram que o último reajuste dos combustíveis ocorreu quando o barril do petróleo estava na casa dos US$ 30. Hoje, já ultrapassa US$ 120 dólares. Paulo Bernardo acredita que ainda nesta quarta haverá uma definição sobre a data de uma nova reunião para tratar do assunto. "O governo não tem nada contra o reajuste. Não é uma questão de princípio. É uma questão técnica. Se houver uma questão técnica que embase esta decisão ela será tomada", afirmou. Também na manhã desta quarta, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o reajuste dos combustíveis pela Petrobras é um assunto estudado pela própria empresa. Ele contou que na reunião de terça à noite houve "uma pequena discussão", mas não se chegou a nenhuma conclusão. Lobão revelou que a Petrobras alegou que os preços dos combustíveis estão sendo mantidos há quase três anos, enquanto os preços internacionais do petróleo dobraram em dois anos. "O custo da Petrobras aumentou na mesma proporção. É isso o que alega a Petrobras. Ela não está resistindo a mais tempo sem este reajuste de preços", disse o ministro, que participa de uma reunião sobre Integração Sul-Americana no Palácio do Itamaraty. Lobão reiterou que ainda não se chegou a nenhuma conclusão sobre porcentual de reajuste. "Nem sequer está resolvido se haverá reajuste", disse o ministro. "O presidente da Petrobras (José Sergio Gabrielli) fez a sua proposta e o governo não tomou uma decisão ainda", completou. Assim como Bernardo, Lobão não quis dizer qual foi o porcentual de reajuste proposto por Gabrielli. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que também participa da reunião no Itamaraty, não quis comentar a reunião de terça no Planalto sobre o reajuste dos combustíveis. "Converse com a Petrobras", disse Mantega.

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