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Bernardo: 'é possível' que novas medidas saiam amanhã

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje que é possível que amanhã, na reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com empresários, sejam divulgadas novas medidas para minimizar os efeitos da crise financeira internacional. Segundo ele, as medidas ainda não estão fechadas, mas o foco delas será "pessoas, emprego e renda". De acordo com Paulo Bernardo, a melhor forma de manter o emprego e a renda é fazer com que as empresas funcionem e o governo, segundo ele, vai dar apoio ao crédito. Ele contou que perguntou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a proposta das centrais sindicais de corrigir a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) com base na inflação, porcentual acima de 4,5% que já está previsto. Segundo Bernardo, Mantega disse que o governo não decidiu e não tem resposta sobre o pedido das centrais. "Temos o compromisso de reajustar a tabela em 4,5%, mas o pessoal está reclamando porque a inflação foi maior. Não tem resposta ainda. Ela deve sair nos próximos dias", disse. O ministro disse que ainda não há decisão sobre a redução da alíquota do Imposto sobre Operações Financeira (IOF) e evitou fazer comentários sobre a medida em estudo de redução temporária do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis. "Eu não vou me manifestar sobre isso. Mas, o que nós tivermos condições de fazer para amenizar um eventual aumento do desemprego, que efetivamente não aconteceu, vamos fazer. O importante é que estamos preocupados com os efeitos da crise e vamos minimizá-los", disse. Sinais claros O ministro do Planejamento disse também que a economia brasileira vai precisar de muitos sinais claros para minimizar os efeitos da crise. "E o governo vai dar todos os sinais", disse o ministro ao deixar o Ministério da Fazenda, onde se reuniu com o ministro Mantega. Segundo Paulo Bernardo, a política monetária se insere entre esses sinais. "O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) está reunido e eles vão dar algum sinal. Eu é que não quero dar nenhum sinal agora", disse ele, esquivando-se de comentar a decisão do Copom sobre a taxa básica de juros, a Selic, que será anunciada esta noite. O ministro avaliou que a crise no Brasil tem influência "psicológica" e trouxe pânico ao sistema com a parada do crédito. Ele disse que essa interrupção do crédito não tem nenhuma razão diante do quadro econômico brasileiro. Segundo ele, as sinalizações que o governo precisa dar é de que segue acreditando que a economia do País tem fundamentos bons e condições de manter a produção e o crescimento no ano que vem. Paulo Bernardo disse que o Banco Central tem feito um excelente trabalho, mantendo a inflação controlada. Mas ponderou que, até setembro, a "luta" que havia era contra uma demanda que estava muito acelerada. "O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) mostrou isso. O consumo das famílias estava crescendo bastante e o BC se preocupava em não deixar que a inflação afetasse os negócios nas empresas e corroesse a renda. Hoje temos uma situação diferente da de setembro", disse.

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