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BES retira Embraer e Bahia Sul da carteira

Após os ataques aos EUA, carteira de recomendações da corretora ficou ainda mais conservadora. No lugar destas empresas, os analistas da BES Securities incluíram os papéis da AmBev e da Telesp na lista de indicações.

Por Agencia Estado
Atualização:

A forte turbulência provocada pelos ataques terroristas nos Estados Unidos deixou a carteira de recomendações para investidores da BES Securities ainda mais conservadora. Após a tragédia que atingiu o centro financeiro de Nova York, a corretora decidiu retirar as ações da Embraer e da Bahia Sul da lista de indicações. No lugar delas, entraram AmBev e Telesp. O analista-chefe da BES, Rodrigo Pinheiro, optou por companhias que podem mostrar proteção em relação ao cenário adverso. "Internacionalmente, os setores de alimentos, bebidas e farmacêutico são considerados mais seguros, pois não têm a demanda tão afetada em momentos de crise." Com base nesse raciocínio, Pinheiro escolheu os papéis da AmBev para reforçar o conservadorismo das aplicações em Bolsa. Ele acredita que a relação entre receita e crescimento do PIB não é tão forte no caso da maior empresa de bebidas do País. Além disso, a estratégia da companhia prioriza os ganhos de escala e o controle de custos. A Telesp é considerada uma forte geradora de caixa. A necessidade de investimentos futuros da empresa está reduzida, já que 60% dos aportes foram feitos no primeiro semestre, com a intenção de cumprir as metas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). "Os papéis estão destruídos, já caíram muito", complementa Pinheiro. As ações da Embraer e da Bahia Sul são consideradas mais arriscadas neste momento. Os papéis da fabricante de jatos regionais foram abatidos pela perspectiva de queda do tráfego aéreo mundial e já acumularam forte perda em bolsa. Devido aos atentados nos Esta dos Unidos, o receio em relação às viagens de avião pode prejudicar as encomendas da empresa. Papel e celulose A Bahia Sul era a única representante do setor de papel e celulose na lista de recomendações da BES Securities. A decisão de retirar as ações deve-se às novas estimativas para o preço das comodities. O preço da celulose no mercado internacional vinha atenuando a trajetória de queda. Esperava-se que os valores voltariam a subir, mas uma condição para isso era o reaquecimento da economia mundial. "Esse movimento agora deve ser adiado." A carteira de recomendações da BES também mantém o foco em posições consideradas defensivas, como os setores de petróleo, gás e geração de energia elétrica. "Esses segmentos continuarão a atrair fortes investimentos, independente do crescimento econômico", acredita o analista. Além da indicação de Petrobrás, ele recomenda os papéis da Confab, empresa que fabrica tubos para o setor de gás. Na área de energia elétrica, as apostas recaem principalmente sobre Cemig e Copel. Essas empresas não só geram, como também distribuem energia. Por serem integradas, ficam livres de possíveis prejuízos causados pelo Anexo 5, o dispositivo existente nos contratos iniciais entre empresas de energia elétrica e governo. Se for cumprido, o anexo pode trazer perdas bilionárias para as geradoras, enquanto beneficia distribuidoras.

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