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Madero e Advent disputam Beto Carrero

Carlyle chegou a estudar aquisição do parque, que recebeu 2,4 milhões de visitantes em 2018, mas negócio foi considerado pequeno pelo fundo; com perspectiva de abrir o capital em 2020, rede de lanchonetes ofereceu R$ 1,1 bi por complexo

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Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

A rede de restaurantes e lanchonetes Madero e o fundo americano Advent estão na disputa pelo parque de diversões Beto Carrero. A oferta do Madero é de R$ 1,1 bilhão, apurou o Estado. A proposta do Advent também está na casa do bilhão de reais.

As negociações para a venda do complexo de entretenimento localizado em Penha (localizada 115 quilômetros ao norte de Florianópolis) começaram no fim de novembro. Além do Madero e do Advent, o fundo de private equity (que compra participações em empresas) Carlyle mostrou interesse, mas acabou considerando o negócio de pequeno porte para seu portfólio, de acordo com uma fonte a par das conversas.

Beto Carrero recebeu recebe 2,4 milhões de visitantes em 2018 Foto: Divulgação/Beto Carrero

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A compra do Beto Carrero seria estratégica para o Advent. No setor de turismo e entretenimento, o fundo detém 50% do Grupo Cataratas, que administra os parques nacionais das Cataratas do Iguaçu (PR), de Fernando de Noronha (PE) e da Tijuca (RJ), além do Zoológico do Rio de Janeiro.

Caso leve o parque de diversões, a intenção do Advent é abrir o capital do Grupo Cataratas, segundo fontes. O fundo vem estudando fazer uma operação semelhante com o Walmart Brasil, que passa por uma fase de reestruturação financeira e de marcas.

O Madero, por sua vez, recebeu em janeiro R$ 700 milhões ao vender uma fatia de 23% para o Carlyle. Criada em 2005 pelo empresário Junior Durski, a rede foi avaliada em R$ 3 bilhões na época da operação. Com 175 lojas no País, o Madero deve encerrar o ano com mais 20 unidades, contando as marcas Madero, Jerônimo e Steak House.

Essa seria a primeira investida do Madero fora do setor de alimentação. A rede colocaria seus restaurantes e lanchonetes para dentro do parque. Durski também pretende levar sua empresa à Bolsa. Em janeiro, quando anunciou o plano de expansão para a rede, o empresário afirmou ao Estado que a intenção era fazer a abertura de capital já no ano que vem.

Chamariz

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Visto como uma companhia com grande potencial no setor, o Beto Carrero recebeu 2,4 milhões de visitantes no ano passado e teve geração de caixa de R$ 119 milhões. Para este ano, porém, a previsão é que haja uma queda desse valor, para R$ 115 milhões. Em abril, o BNDES liberou R$ 50 milhões para financiar expansão do complexo.

A mãe, o filho e a irmão de Beto Carrero, que morreu em 2008, são os atuais donos do parque. A família decidiu se desfazer do negócio por ter se mudado para os Estados Unidos. Inicialmente, a informação que corria no mercado era que a empresa estava interessada em abrir seu capital. Segundo fonte próxima, essa opção nunca esteve na mesa e a decisão sempre foi de vender o negócios.

No ano passado, a empresa havia afirmado que não investiria mais no parque porque tinha perdido a isenção fiscal na cidade. A Câmara de Vereadores de Penha acabou aprovando uma redução do imposto sobre serviços (ISS) de 5% para 3%.

Procurados, Madero e Advent não comentaram o assunto. A assessoria de imprensa do Beto Carrero afirmou que as informações sobre a negociação para venda do parque são "improcedente e sem fundamento".

Conversas

Em novembro do ano passado, começaram as negociações para a venda do Beto Carrero. Houve pelo menos três interessados: o Madero e os fundos de private equity Carlyle e Advent.

Expansão

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Acionista da empresa que administra os parques do Iguaçu, da Tijuca e de Fernando de Noronha, o fundo americano Advent quer levar o Beto Carrero para expandir a atuação no setor de turismo e entretenimento. O objetivo seria, posteriormente, abrir o capital desses negócios.

Estreia

A rede de lanchonetes e restaurantes Madero também entrou na briga. Esse seria o primeiro passo da companhia, que também quer ir à Bolsa em breve, fora do setor de alimentação. Tanto para o Advent quanto para o Madero, a compra do parque daria musculatura para a abertura de capital.

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