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BHG mira liderança do setor hoteleiro, flerta com América Latina

Por VIVIAN PEREIRA E GUILLERMO PARRA-BERNAL
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A estratégia de crescimento traçada pela rede de hotéis Brazil Hospitality Group (BHG) vai além de saltar para a primeira posição do setor no Brasil no médio a longo prazo. Após ocupar as cinco regiões do país, a companhia tem como plano partir em direção à América Latina para ganhar escala. "O importante é achar a oportunidade certa no momento certo fora do Brasil", disse o presidente-executivo da BHG, Peter van Voorst Vader, durante o Reuters Global Real Estate and Infrastructure Summit. "Não vamos entrar com um hotel pequeno, mas com quatro ou cinco como fizemos aqui." No curto prazo, entretanto, a companhia permanece focada no crescimento doméstico, via aquisições de redes menores em cidades ainda pouco atendidas pelo segmento hoteleiro, administração de hotéis terceirizados e construção de projetos onde não há oferta suficiente. "Vamos realizar mais aquisições... Com foco em lugares onde vai haver negócio sempre. Crescer fora do país pode fazer sentido mais para frente", acrescentou. O principal desafio para a BHG sair do Brasil, segundo o executivo, envolve a adequação da estrutura administrativa às regras fiscais e operacionais de outros países. Vader citou como exemplo a Argentina, onde o turismo de negócios está deslanchando. Terceira maior rede hoteleira do Brasil, atrás de Accor e Atlântica, a companhia controlada pela GP Investimentos conta atualmente com 7.500 quartos, número que pretende aumentar em até 6 mil unidades em três a cinco anos, o que pode equivaler a perto de 40 projetos. Segundo Vader, cinco projetos estão previstos para entrar em construção ainda em 2011. O segmento hoteleiro no Brasil, considerado "muito disperso" pelo executivo, possui algo em torno de 500 mil quartos. "Nós vamos crescer, com mercado ruim ou bom, porque investimos capital próprio", afirmou Vader, se referindo às atuais líderes do setor que, ao contrário da BHG, apenas administram as redes e têm uma relação de maior dependência com as incorporadoras. Os planos da empresa ocorrem em um momento em que a realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, e dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016, somada a investimentos em infraesturura e projetos de petróleo e energia, ajudará a aquecer a demanda por serviços hoteleiros nos próximos anos. Durante décadas, o investimento em turismo ficou defasado em decorrência da forte dependência de entrada de capital estrangeiro no país, que voltou a atrair aportes após o recente avanço da economia. Com a meta de alcançar cerca de 13 mil quartos nos próximos anos, a empresa que detém a exclusividade da bandeira Golden Tulip na América Latina espera diminuir a diferença em relação às duas primeiras colocadas, se aproximando do topo. "O objetivo é chegar no primeiro lugar", disse ele, sem especificar um prazo para isso. "Em termos de balanço (rentabilidade), vamos ser o primeiro muito mais rápido, em número de quartos vai acontecer depois." A fim de cumprir o plano traçado, a empresa não descarta se apoiar em diferentes meios para se capitalizar. "Vamos usar todos mecanismos do mercado de capitais, vamos avaliar o momento certo." A BHG, única operadora de hotéis com ações listadas na Bovespa, encerrou o primeiro trimestre deste ano com um banco de terrenos avaliado em 150 milhões de reais.

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