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Bier diz que rebaixamento do Brasil é "prematuro"

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário-Executivo do ministério da Fazenda, Amaury Bier, disse à Agência Estado que é "prematuro" o comportamento de bancos e outras instituições que revisaram suas recomendações a respeito do Brasil, diante do favoritismo da oposição nas pesquisas eleitorais. "São pronunciamentos um tanto prematuros em relação à situação política do País". Segundo ele, este tipo de reação do mercado é prematura por dois motivos. O primeiro deles, pela própria questão do tempo: "Ainda é muito cedo para uma definição eleitoral". Em segundo, porque, na sua opinião, está ocorrendo um julgamento equivocado sobre os resultados de uma eventual vitória da oposição e do processo político brasileiro. "Estas instituições financeiras e departamentos de pesquisas têm que aprender com a democracia brasileira, que prevê a alternância de poder", comentou ainda o secretário para afirmar: "Estas instituições deveriam elogiar o processo democrático brasileiro". As análises, segundo ele, consideram uma suposta vitória da oposição, mas se esquecem "de que é necessário haver uma composição política". "O processo legislativo no Brasil exige a composição dos partidos políticos. As mudanças não são tão dramáticas quanto estas avaliações fazem crer. É prematuro", insiste Bier. Na avaliação do secretário, as análises que também colocam sob suspeita o cumprimento das metas fiscais deste ano, devido ao atraso na votação da CPMF, também são prematuras. "A diferença entre a meta e o resultado observado foi menor que no exercício anterior. Tá bem, e daí? O objetivo foi alcançado", declarou, ao se referir ao superávit primário do setor público de R$ 11,55 bilhões para uma meta de R$ 11,4 bilhões no primeiro trimestre, prevista no acordo com o FMI. Sem antecipar os resultados das conversas ocorridas ao longo desta semana com a missão FMI, Bier reafirmou recentes declarações do ministro da Fazenda, Pedro Malan. "O ministro da Fazenda já disse com clareza que a percepção de que a CPMF irá impor uma perda de receita tem como contrapartida a ação do governo, que não ficará paralisado. Medidas de aumento de impostos e cortes nas despesas serão adotadas", disse.

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