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Biquínis e vestidos produzidos em MG são exportados para a China

Estilista mineira aposta suas fichas no mercado asiático

Por Aline Reskalla
Atualização:

BELO HORIZONTE - A estilista mineira Cecília Prado, que ficou famosa por vender vestidos e biquínis de luxo para China, planeja elevar dos atuais 8% para 20% nos próximos dois anos a fatia que o país asiático representa nas vendas da sua empresa. A empresa da estilista tem 30 anos de mercado e fica em Jacutinga, importante polo de confecções de tricô localizado a 470 quilômetros de Belo Horizonte.

No País conhecido por sufocar a produção nacional com a invasão desleal de seus produtos, as chinesas mais abastadas chegam a pagar R$ 1.000 por um vestido de Cecília, e R$ 600 por um biquíni, o carro-chefe da marca. Batizadas de "hand made contemporâneo", são criações que, segundo ela, expressam a "atitude da mulher moderna". "As feiras são nossa principal estratégia, mas de nada adiantam se o produto não for de qualidade e não houver um compromisso sério com prazos de entrega e atendimento", diz. Mesmo tendo ainda como principal destino de suas exportações os Estados Unidos, e com presença forte na Europa, é no país asiático que a empresa aposta. No final de abril, ela pretende embarcar novamente para a China para visitar os clientes e ampliar os laços comerciais. O presidente da Associação Comercial de Jacutinga, Dennys Bandeira, espera que a visibilidade alcançada por Cecília Prado ajude a impulsionar as vendas das empresas locais para o mercado externo. Hoje, apenas 2% da produção da cidade, que tem 1,3 mil confecções, é exportada. "Queremos elevar esse porcentual para 5% nos próximos três anos", afirma Bandeira. Ele reivindica, no entanto, melhores condições para enfrentar os produtos estrangeiros. Nos últimos cinco anos, Jacutinga sofreu com um aumento de 500% nas importações, dos quais 21% referem-se a produtos chineses. Protesto. O cachecol gigante de 60 quilômetros tecido pelos produtores de malha de Jacutinga vai se transformar em 30 mil unidades pequenas que serão vendidas como lembrança de um protesto inédito no país contra a invasão dos produtos têxteis chineses. O presidente da Associação Comercial da cidade, Dennys Bandeira, disse que o maior cachecol do mundo - o status será reivindicado ao Guinness Book - foi doado a duas entidades filantrópicas do município para que elas o transformem também em uma renda a mais. "A ideia de utilizar todo esse tecido para produzir minicachecóis de dois metros também é uma maneira de divulgar o nosso protesto", afirmou Bandeira.

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