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Bird prevê PIB acima de 3,5% em 2006

O economista principal do Banco Mundial no Brasil, Ethan Weisman, disse ainda que o PIB do ano que vem deverá ficar levemente abaixo de 3%

Por Agencia Estado
Atualização:

O economista principal do Banco Mundial (Bird) no Brasil, Ethan Weisman, disse acreditar que o PIB (Produto Interno Bruto) do País crescerá pouco acima de 3,5% este ano. "Há sinais de que essa projeção é um pouco conservadora", avaliou o economista em entrevista ao Broadcast Ao Vivo. As estimativas de mercado estão em crescimento de 3,53% do PIB em 2006, enquanto o governo insiste que a expansão será de 4% ou mais. Para 2007, a expectativa é mais pessimista, ficando levemente abaixo de 3% devido principalmente a fatores externos relacionados especialmente aos Estados Unidos e China, conforme explicou Weisman. Ele reconheceu que no longo prazo o crescimento brasileiro poderia conter mais "animador", mas ressaltou os avanços dos últimos anos. "O Brasil está mais forte e em melhor posição para enfrentar flutuações externas, mas ainda precisa se sérias reformas", disse. Weisman também ressaltou como positivo para o País o fato de a dívida pública estar mais baixa e do governo ter antecipado o pagamento da dívida junto ao FMI. "A boa notícia é que a dívida pública não é mais uma preocupação", acrescentou. Segundo o economista, o Banco Mundial pretende continuar a trabalhar junto ao próximo governo para resolver problemas-chave do País, na melhoraria da infra-estrutura, da qualidade de desenvolvimento humano por meio de serviços sociais, na promoção de crescimento sustentado do agronegócio e avanços na área fiscal. "Esses são questões que serão efetivas para ajudar o Brasil a crescer e criar mais empregos", disse. Para ele, houve um declínio claro da pobreza no País nos últimos anos. Entre os motivos desse declínio, Weisman citou programas sociais, como o Bolsa Família e também o salário mínimo. De acordo com Weisman, o Brasil caminha para se tornar mais competitivo, com juros em queda, inflação sobre controle e superávit primário, mas ainda é preciso criar um ambiente mais atrativo para investimentos. O economista reforçou que embora as receitas do setor público tenham crescido, mais pode ser feito no controle dos gastos justamente para dar mais espaço para investimentos públicos. "Existe um desafio fiscal de longo prazo no Brasil", afirmou. De qualquer modo, Weisman vê o cenário como favorável à trajetória de queda da taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 14,75%), este ano e mesmo em 2007. "As condições são muito boas para os juros continuarem a cair", afirmou, citando o controle dos preços. "A inflação está extremamente saudável". A preocupação maior para que esse processo continue está no cenário externo. Segundo ele, é certo que a economia irá desacelerar e o que está difícil de prever é com qual intensidade e até onde as economias globais seriam atingidas. "Acho que haverá desaceleração, mas não acredito que possa chegar a ser recessão", disse.

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