Blairo lamenta suspensão e cita pressão de produtores americanos
Segundo o ministro, pecuaristas norte-americanos tentam embargar o produto desde a a abertura daquele mercado para a compra da carne brasileira, há dois anos
Por e Tania Rabello
Atualização:
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, divulgou um áudio na noite desta quinta-feira, 22, no qual confirma e lamenta a suspensão de importação da carne in natura brasileira pelos EUA e informa que o governo já trabalha para tentar reverter a situação. Blairo citou a pressão de pecuaristas norte-americanos que, segundo ele, tentam embargar o produto desde a abertura daquele mercado para a compra da carne brasileira, há dois anos.
“Assim como comemoramos quando fomos liberados, lamentamos agora que fomos suspensos. Mas há de se entender também que estamos exportando carne para o maior concorrente que temos no mundo e há pressão grande de produtores americanos, desde a época da liberação, para que haja o embargo, que não se permita a chegada de carne brasileira lá”, declarou Blairo. “Concordamos com a posição americana, vamos corrigir. Porém, temos de lutar.”
“O Brasil é provavelmente o único país que é livre de aftosa com vacinação que exporta para EUA.” Ele lembrou que os americanos compram prioritariamente a parte dianteira dos bovinos, região onde a vacina é aplicada. “Vamos tentar resolver esse assunto o mais breve possível, já que a pecuária brasileira enfrenta grande dificuldade, com preços baixos e esse (EUA) era um canal importante para a manutenção dos preços aqui.”
Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, Antônio Jorge Camardelli, a única forma de esse problema de abscessos provocados pela vacina ser definitivamente erradicado é o País tocar à frente sua intenção de deixar de vacinar o rebanho contra aftosa. “Quando o Brasil adquirir o status, na Organização Mundial de Saúde Animal, de livre de aftosa sem vacinação, não teremos mais embargos desse tipo.”
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